A Deco Proteste alerta que a maior ou menor dificuldade em perceber quanto vai ser necessário gastar pelo tempo que se pretende ter o carro estacionado, antes de pôr as moedas, depende muito da informação disponibilizada e das tarifas aplicadas. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor dá conta que estudo em 23 cidades revela que nem sempre é fácil saber quanto custa estacionar numa zona de parquímetros, antes de pôr as moedas.
O estudo da Deco Proteste começa por apresentar o seguinte cálculo: se 15 minutos de estacionamento custam 15 cêntimos, meia-hora 30 cêntimos e uma hora 60 cêntimos, é fácil perceber que, por cada minuto em que o carro esteja arrumado, o consumidor vai pagar 1 cêntimo. A partir daqui, frisa, qualquer conta de cabeça é, praticamente, automática: a 20 minutos de estacionamento correspondem 20 cêntimos.
“Mas e quando vemos que 15 minutos custam 20 cêntimos e uma hora 70 cêntimos? Ou, ainda mais exigente, quando a placa indica 67 cêntimos por 60 minutos de estacionamento e 2,06 euros por duas horas?”, questiona esta Associação.
Segundo a Deco Proteste, estes foram alguns dos exemplos de tarifários “pouco intuitivos” que foram encontrados num levantamento de informação afixada nos parquímetros, e das formas de pagamento aceites, que a Associação realizou em janeiro, em 23 cidades do País, e que provam nem sempre ser fácil determinar o tempo de estacionamento a que corresponde uma determinada quantia.
“Isto, apesar de estar indicado o tempo mínimo cobrado (geralmente, 15 minutos) e o respetivo custo, bem como o preço por hora de estacionamento”, realça a Deco Proteste.
Informação escassa
De acordo com esta Associação, a maior ou menor dificuldade em perceber quanto vai ser necessário gastar pelo tempo que se pretende ter o carro estacionado, antes de pôr as moedas, depende muito da informação disponibilizada e das tarifas aplicadas.
“Por vezes, não se chega lá com facilidade. Em Cascais, por exemplo, na zona do Escalão C, o preço de cada hora varia: por 15 minutos, pagam-se 25 cêntimos, mas, por uma hora, cobram-se 50 cêntimos e, por duas, 1,30 euros. E quem quiser estacionar durante 20 minutos paga quanto?”, questiona a Deco Proteste.
Já para arrumar o carro em Setúbal, é preciso, diz a Associação, “dominar ainda melhor a arte do cálculo”. Uma hora custa 67 cêntimos, duas 2,06 euros, lê-se no tarifário. “Uma hora e meia custa…?”, questiona.
Por sua vez, segundo o estudo realizado, os parquímetros de Matosinhos indicam os valores fracionados em períodos de 15 minutos. “15 cêntimos por um quarto de hora, 35 cêntimos por 30 minutos, até ao máximo de tempo permitido. Mas… uma moeda de 50 cêntimos dá direito a quanto tempo de estacionamento?”, volta a questionar a Deco.
Apps são alternativa a pagamento com moedas
A Deco Proteste realça ainda que pôr moedas no parquímetro é a forma universal de pagar o estacionamento, o que foi verificado nas 23 cidades desta Associação de Defesa do Consumidor.
Mas, acrescenta, as apps são uma alternativa às moedas. E frisa aqui outras vantagens, como permitir pagar o tempo exato de estacionamento e prolongar o período sem ser necessário ir ao parquímetro.
“Em oito cidades da nossa pesquisa (Coimbra, Guarda, Leiria, Santarém, Setúbal, Valongo, Viana do Castelo e Viseu),onde não é possível usar qualquer app, só moedas. Nas outras há, pelo menos, uma aplicação que pode ser usada. No total, identificámos sete apps”, alerta a Deco.
Segundo esta Associação, há cidades onde existe mais do que uma entidade a explorar zonas tarifadas na via pública e cada uma delas disponibiliza a sua app. “Quem quiser estacionar nas várias zonas terá de instalar duas aplicações diferentes. É o que acontece, por exemplo, em Beja”, alerta.
O estudo revela ainda que em cidades como Amadora, Bragança, Cascais, Porto, Vila Nova de Gaia e Vila Real (na zona concessionada à Empark), é possível usar duas apps distintas e o consumidor pode escolher a que quiser. Uma dessas aplicações é a Via Verde Estacionar, que só pode ser utilizada por clientes desta empresa que tenham identificador, apesar de o dispositivo não servir para pagar o estacionamento na via pública.
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