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Quase 10,5 milhões. População em Portugal aumenta pelo quarto ano consecutivo

A taxa de natalidade cresceu 5,1% no ano passado, tendo nascido mais 4.089 crianças face a 2021. A população portuguesa continua também a viver mais, com a esperança média de vida a ser estimada em 80,96 anos, com as mulheres a superarem os homens em 5,47 anos.
Mário Cruz / Lusa
7 Julho 2023, 13h34

A população residente em Portugal foi estimada em 10.467.366 pessoas (cerca de 10,5 milhões de pessoas) a 31 de dezembro de 2022, mais 46.249 pessoas que em 2021 (10.421.117), aumentando pelo quarto ano consecutivo. Estes são dados divulgados esta sexta-feira, 7 de julho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O acréscimo populacional em 2022 resultou de um saldo migratório de 86.889 pessoas (72.040 em 2021), que compensou o saldo natural negativo de 40.640 (-45.220 em 2021). Estes resultados traduziram-se em taxas de crescimento efetivo, migratório e natural de 0,44%, 0,83% e -0,39%, respetivamente, avança o INE.

Em 2022, o número de jovens (0-14 anos) representava 12,9% do total da população residente, o grupo dos 15 aos 64 anos, 63,1%, e o número de idosos (65 ou mais anos), 24,0%. Esta distribuição concorreu para um índice de envelhecimento de 185,6 pessoas idosas por cada 100 jovens.

Também em 2022, o número de nados-vivos de mães residentes em Portugal foi 83.671, representando um acréscimo de 5,1% (mais 4.089 crianças) face a 2021, o que se traduziu numa taxa bruta de natalidade de 8,0 nados-vivos por mil habitantes.

O anuário revela que o índice sintético de fecundidade atingiu o valor de 1,43 filhos por mulher em idade fértil. A idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho foi de 30,3 anos, e a idade média ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento) foi de 31,7 anos.

O número de óbitos em 2022 foi 124.311, traduzindo-se numa taxa bruta de mortalidade de 11,9 óbitos por mil habitantes. O número de óbitos infantis foi de 217, registando-se um acréscimo de 24 casos relativamente ao ano anterior, avança o INE.

Também segundo o anuário, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80,96 anos, sendo 78,05 anos para os homens e 83,52 anos para as mulheres no período 2020-2022. Entre 2012 e 2022 verificou-se um aumento de 14,2 meses de vida para o total da população, 16,6 meses para os homens e 11,0 meses para as mulheres.

Há também a destacar que em 2022, a população ativa em Portugal ascendeu a 5.222,6 mil pessoas, a que corresponde a uma taxa de atividade da população em idade ativa (16 a 89 anos) de 60,1%, superior em 1,5 pontos percentuais (p.p.) à do ano anterior.

A população ativa com pelo menos o ensino secundário no total da população dos 25 aos 64 anos era superior em 24,6 p.p. à de 2011 (passando de 31,0% para 55,6%). No caso da população ativa com pelo menos o ensino superior no total da população dos 25 aos 64 anos o acréscimo foi menor, 14,3 p.p. (passando de 15,5% para 29,8%), segundo o INE.

A população empregada foi estimada em 4.908,7 mil pessoas, tendo aumentado 96,4 mil pessoas (2,0%) relativamente a 2021, continuando a tendência crescente quebrada em 2020.

O INE revela ainda que em 2022, os trabalhadores por conta de outrem representavam 84,8% do total da população empregada e 83,5% daqueles tinham contratos sem termo. A população desempregada totalizou 313,9 mil pessoas, a que correspondeu uma taxa de desemprego de 6,0%, inferior em 0,6 p.p. à do ano precedente e em 7,4 p.p. à de 2011.

A taxa de desemprego dos jovens dos 16 aos 24 anos foi de 19,0%, tendo diminuído 4,4 p.p. em relação ao ano anterior, aproximando-se do valor mais baixo desde 2011, de 18,3% em 2019. Entre a população desempregada, 49,4% encontrava-se nessa situação há um ou mais anos (desemprego de longa duração), uma proporção superior em 6,1 p.p. à do ano anterior.

No ano letivo 2020/2021, o ensino não superior público, do pré-escolar ao secundário, manteve-se preponderante nos diversos níveis de educação, quer em termos do número de alunos inscritos (79,1% do total), quer de estabelecimentos de ensino (72,0%) quer de pessoal docente (86,9%), revela o INE. A mais baixa proporção do ensino público situou-se no número de inscrições no pré-escolar, na ordem de 53,9%, não se afastando muito da linha média da década.

De acordo com os dados dos Quadros de Pessoal (do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), em 2021 o ganho médio mensal (ilíquido) dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal foi de 1.289,50 euros, explica o instituto liderado por Francisco Lima que adianta ainda que este valor foi superior em 42,3 euros (3,4%) ao observado no ano anterior, representando um aumento real de 2,1% (tendo em conta a variação do Índice de Preços no Consumidor de 1,27%).

Cultura e desporto dos portugueses

O Anuário revela que em 2021, as 888 Publicações Periódicas registaram 18.264 edições, uma tiragem total de 213,4 milhões de exemplares e 142,6 milhões de exemplares de circulação total. Em relação a 2020 sublinha-se o decréscimo da circulação total (-12,3%) e dos exemplares vendidos (-10,5%). Aqui, os jornais representaram 39,3% das publicações periódicas e 60,6% da circulação total. As revistas representaram 46,5% do número total de títulos e 36,0% da circulação total. O total de exemplares vendidos correspondeu a 76,1% da circulação total.

Por outro lado, e segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em 2022 realizaram-se cerca de 509,8 mil sessões de cinema (+54,3% face a 2021), com aproximadamente 9,6 milhões de espectadores (+75,4%), e um total de 55,4 milhões de euros de receitas (+80,9%). No mesmo ano, contabilizaram-se 190 recintos com um total de 569 ecrãs e uma capacidade instalada de 111 907 lugares. “Note-se que, quer o número de sessões, quer o número de espectadores ficaram aquém do registado em 2019 (cerca 77,1% e de 61,9% dos níveis desse ano, respetivamente), com repercussões no valor das receitas, que diminuiu em 33,4% face ao valor desse ano”, reforça o INE.

O número de espetáculos ao vivo promovidos em Portugal em 2021 também ficou muito abaixo do nível alcançado em 2019, apesar da recuperação ocorrida entre 2020 e 2021. Com efeito, realizaram-se 24.469 sessões de todas as modalidades consideradas, a que corresponde um aumento de 63,7% face ao ano anterior, aquele valor correspondeu a 66,8% do valor de 2019. Os espetáculos tiveram uma assistência aproximada de 3,6 milhões de espectadores, dos quais 2,0 milhões pagaram bilhete, originando uma receita de 28,0 milhões de euros (um aumento de 12,3% relativamente ao ano anterior, apenas 25,7% das receitas alcançadas em 2019).

O preço médio dos bilhetes vendidos no total dos espetáculos ao vivo foi de 14,2 euros (17,8 euros no ano anterior).

Em 2021 foram considerados para fins estatísticos 419 museus que contaram com 7,5 milhões de visitantes, segundo o mesmo documento.  Tal significa um acréscimo da procura em museus de cerca de 1,8 milhões visitantes face ao ano anterior, mas muito abaixo do valor de 2019 (19,8 milhões). Note-se que os museus considerados correspondem a 65,3% dos museus em atividade, já que um número significativo (34,3% do total dos museus observados) não cumpre a totalidade dos cinco critérios definidos de acordo com a metodologia adotada.

As despesas efetuadas pelas Câmaras Municipais no ano de 2021 em atividades culturais e criativas totalizaram 491,5  de euros, correspondendo a um aumento de 4,5% face a 2020. Em 2021, as Câmaras Municipais afetaram 323,3 milhões às atividades e equipamentos desportivos (mais 7,4% do que em 2020), representando 3,3% do total da despesa dos Municípios.

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