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Turismo. Quebras de faturação estão acima de 90% em quase metade das empresas

Ao fim de um ano completo de pandemia por Covid-19 em Portugal, as empresas da restauração e similares e do alojamento turístico “atravessam o seu período mais difícil de sempre”, refere a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), presidida por Mário Pereira Gonçalves, da Versailles
9 Maio 2021, 16h00

Ao fim de um ano completo de pandemia por Covid-19 em Portugal, as empresas da restauração e similares e do alojamento turístico “atravessam o seu período mais difícil de sempre”, refere a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), presidida por Mário Pereira Gonçalves, da Versailles. No inquérito mensal relativo a março, a AHRESP revela que “49% das empresas de restauração e 49% das empresas de alojamento registaram quebras de faturação acima de 90%”.

Este inquérito da AHRESP relativo a março, contou com 943 respostas válidas, revelando que “52% das empresas de restauração e similares indicam estar com a atividade totalmente encerrada e 29% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade”.

Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação em março foi “avassaladora, com 49% das empresas registaram perdas acima dos 90%”. Como consequência da forte redução de faturação, “14% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em março e 14% só o fez parcialmente”, adianta a AHRESP.

Perante esta realidade, “43% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 16% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo e 8% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final de junho”.

Entre as empresas de alojamento turístico, a AHRESP refere que “29% destas empresas indicam estar com a atividade suspensa”. Em março, “49% destas empresas não registaram qualquer ocupação, e 28% indicou uma ocupação até 10%”. Para o mês de abril, “38% destas empresas estimam uma taxa de ocupação zero e 28% perspetivam uma ocupação máxima de 10%, enquanto 17% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade”, adianta a AHRESP.

Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de março foi devastadora: “49% das empresas registaram perdas acima dos 90%”. Como consequência da forte redução de faturação, “27% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em março e 6% só o fizeram parcialmente”, refere a associação.

Ao nível do emprego, “28% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia”, diz”. Destas, “38% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo”.
Neste universo, “6% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de junho”, adianta.

Os números deste inquérito da AHRESP mostram que “é absolutamente necessário robustecer os apoios às empresas e disponibilizar incentivos ao consumo”, defende a associação.

Nesse sentido, a AHRESP propõe um conjunto de medidas de apoio à liquidez, à capitalização e de proteção do emprego. Nas medidas de apoio à liquidez pede “o reforço dos apoios a fundo perdido para a tesouraria das empresas, o reforço da dotação do programa Apoiar Rendas, a prorrogação das moratórias bancárias, os planos de amortização a longo prazo, a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas, a disponibilização de apoios para empresas recentes e, ainda, apoios para empresas com quebras de faturação iguais ou superiores a 15%”.

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