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Quem é Luís Pitarma, o enfermeiro que passou “cada segundo da noite” ao lado de Boris Johnson?

“A razão pela qual nunca me faltou oxigénio foi porque a cada segundo da noite, eles estavam lá a cuidar e a fazer as intervenções que eu precisei”, assumiu Boris Johnson, num agradecimento aos profissionais de saúde, incluindo o português Luís Pitarma de Aveiro.
13 Abril 2020, 11h07

Boris Johnson foi internado no passado dia 5 de abril e ontem, 12 de abril, agradeceu ao Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla original) e, como o próprio fez questão de referir, “em especial a dois enfermeiros que se mantiveram ao meu lado durante 48 horas”. Um deles é português e chama-se Luís Pitarma.

“Ao Luís, de Portugal, perto do Porto”, revelou o primeiro-ministro do Reino Unido na mensagem publicada na rede social Twitter, depois de agradecer igualmente a Jenny, uma enfermeira da Nova Zelândia. “A razão pela qual nunca me faltou oxigénio foi porque a cada segundo da noite, eles estavam lá a cuidar e a fazer as intervenções que eu precisei”, assumiu Boris Johnson, num agradecimento sincero aos profissionais de saúde, revelando ainda a gravidade do seu estado de saúde quando esteve internado, quando “tudo podia pender para os dois lados [vida e morte]”.

Mas quem é o “Luís, perto do Porto”, um dos milhares de enfermeiros que emigrou para o Reino Unido e ajudou a salvar Boris Johnson?

O profissional de saúde português que reforçou o sistema de saúde público britânico é natural de Aveiro. Luís Pitarma tem 29 anos, feitos no passado dia 23 de janeiro, e mudou-se para Lisboa em 2009 para ingressar na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, curso que terminou em 2013.

Ainda antes de terminar o curso de enfermagem, Luís Pitarma realizou um ano de Erasmus na Universidade de Lathi, na Filândia, entre 2012 e 2013, onde estudou assistência social e de saúde, de acordo com o perfil de LinkedIn do português.

Em 2014, o português começou a trabalhar como enfermeiro de cirurgia geral no Hospital Universitário Luton e Dunstable. Em 2016, Luís Pitarma começou a trabalhar no grupo hospital Guy e St. Thomas, tendo passado por dois serviços hospitalares antes de se especializar em cuidados intensivos, particularmente em ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), um processo para fornecer oxigénio ao coração e pulmões em pacientes com dificuldades respiratórias, onde assistiu o governante britânico.

Já depois de ingressar o serviço de saúde britânico, Luís Pitarma realizou várias formações de especialização de cuidados intensivos no centro académico de King’s Health Partner, na Universidade de London South Bank e, mais recentemente, no Royal Free Hospital, sendo este último um dos mais conceituados hospitais para o ensino de cuidados de saúde.

Depois de Boris Johnson tornar o trabalho de Luís conhecido, as manifestações de agradecimento ao português foram-se multiplicado. Um dos agradecimentos dados a Luís foi de Marcelo Rebelo de Sousa, que admitiu numa nota publicada no site da Presidência da República já ter transmitido “pessoalmente o seu agradecimento ao enfermeiro Luís Pitarma”, bem como o “empenho de todos os profissionais de saúde” na luta contra a Covid-19.

Também o agradecimento de português desconhecidos nas redes sociais do enfermeiro se multiplicaram. Com os perfis de Facebook e Instagram privados, alguns comentários têm sido colocados na única fotografia que se encontra disponível nas redes sociais, onde alguns portugueses deixam uma “homenagem” ao enfermeiro “pelo excelente profissionalismo”.

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