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Quer investir para a reforma? Siga estes passos

Saber quanto se deve poupar e qual a parcela que é mais favorável investir não é fácil, mesmo quando se está a preparar para a reforma.
Investir para a reforma
Investir para a reforma
26 Setembro 2023, 17h01

Ainda para mais, muitos fatores, como a idade, o impacto dos impostos, existência de dívidas e planos de reforma, têm de ser equilibrados com o atual estilo de vida. Por isso mesmo, é importante saber, consoante o ordenado líquido que ganha por ano, quanto deve investir para a reforma. Conheça, neste artigo do ComparaJá, como planear e investir para a reforma!

Passos a dar antes de investir para a reforma

Antes disto, porém, é importante saber como avaliar os fatores mais importantes para determinar se já deve começar a investir e a que nível:

1 – Ter controlo sobre as despesas correntes

Não é difícil sobrestimar a sua capacidade de poupança, por isso é importante que baseie os cálculos entre os últimos 3 a 6 meses de despesas. Para isto, é importante saber como calcular a sua taxa de esforço. Deste modo, não só tem noção de quanto gasta mensalmente em despesas fixas, consoante o ordenado líquido que recebe, como consegue encontrar despesas desnecessárias a ser reduzidas.

Assim que tenha uma estimativa realística das despesas mensais, é tempo de distribuir o excedente por três áreas distintas: poupanças, reforma e investimento.

2- Ter uma conta poupança robusta

Esta pode ser a sua estabilidade financeira, uma vez que constitui o acesso a dinheiro com pouca volatilidade. Uma conta poupança fá-lo evitar ter de vender ações ou retirar dinheiro da reforma em casos de emergência, onde pode sofrer algumas perdas adicionais por falta de timing.

Se ainda não tem uma conta poupança, a primeira ordem de trabalhos é abrir uma e alocar uma parte do seu salário, até que perfaça pelo menos seis meses de despesas fixas. Assim que tenha um bom fundo de emergências na sua conta poupança, poderá então pensar em investir para a reforma.

3 – Pesar as opções para investir para a reforma, consoante a sua idade

Se o ordenado que ganha não for baixo, pode apostar em aplicações a longo prazo, como são os casos dos Planos Poupança Reforma (PPR), conseguindo obter alguns benefícios fiscais. Na altura do resgate, em vez de serem taxados 28%, apenas são cobrados 8%. Para além disso, quem decidir apostar em Certificados de Reforma tem 20% dos valores aplicados dedutíveis à coleta de IRS, sendo o limite máximo por pessoa de 350 euros.

Os planos onde são aplicadas as poupanças devem ser adequados à idade e ao capital disponível. Um jovem trabalhador pode beneficiar de uma contribuição máxima, mas também pode precisar desse montante para comprar uma casa. Nesses casos, é prudente fazer contribuições menores e utilizar o resto para investimentos a médio prazo. O ramo imobiliário, que tem estado a descer, poderá ser uma boa aposta. Alternativamente, alguém que esteja à beira da reforma deverá priorizar as poupanças da reforma para reduzir impostos e aumentar receitas.

Os limites de contribuição em função da idade são: 400 euros até aos 35 anos, 350 euros entre os 35 e os 50 anos, e ainda 300 euros para quem tem mais de 50 anos.

Como investir para a reforma?

Investir para a reforma não tem necessariamente de ser restrito apenas a ações e fundos. Muitos investidores diversificam o seu portefólio de investimento ao comprar propriedades, bens de valor, coleções e outros ativos dos quais podem retirar receitas, e cujo valor pode aumentar ao longo do tempo.

Esta diversificação torna o portefólio menos vulnerável à volatilidade do mercado de ações, mas essa categoria de ativos é consideravelmente menos líquida. Veremos dois exemplos práticos: o primeiro de um trabalhador solteiro de 30 anos e o segundo de um pai trabalhador, com um agregado familiar de quatro pessoas.

Exemplo de investimento 1: João, solteiro, 30 anos

Após impostos, o ordenado líquido mensal do João é de 1.800 euros. As suas despesas fixas mensais rondam os 800, a conta poupança conta com 2.500 e o João não aloca nada para a reforma. Seis meses de poupança acumulada são 4.800 euros, pelo que deve juntar mais 2.300 euros à conta poupança até que aquele limite seja atingido.

A contribuição máxima para a reforma, dada a idade do João, são 400 euros por mês. Ora, a idade da reforma, em Portugal, são 66 anos e 2 meses, sem penalizações. Ou seja, se o João contribuir essa quantia mensalmente numa PPR a uma taxa de juro média anual de 1,5%, sem oscilações de montante e juros, até aos 66 anos, gerará uma poupança no valor de 432 mil euros. Os juros que ganha anualmente traduzir-se-ão em 7.200 euros.

Porém, nesta idade o João não precisará ainda de se preocupar com a reforma, pois ainda falta algum tempo. O mercado bolsista pode ser uma alternativa a considerar.

Exemplo de investimento 2: Carlos, casado com dois filhos, 50 anos

O ordenado líquido do Carlos é de 2 mil euros, devido aos benefícios fiscais por ter dois filhos. As suas despesas fixas mensais situam-se nos 1.200, com o empréstimo à habitação incluído. A conta poupança está parada nos 8 mil euros e o PPR já vai com 50 mil euros.

Seis meses de despesas equivalem a 7.200 euros, pelo que não será necessário alocar mais dinheiro para a conta poupança.
Aos 50, a contribuição máxima para a reforma diminui para os 350 euros mensais. Sendo que a idade da reforma já se está a aproximar, não fará mal correr alguns riscos e subscrever um PPR sem capital garantido, com forte componente de ações. Neste caso, para que o rendimento compense o risco, é aconselhável que o investidor mantenha o PPR durante pelo menos dez anos.

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