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Raimundo Tamagnini termina travessia do Atlântico a remo que começou em dezembro

Raimundo Tamagnini termina agora uma grande aventura. Atravessou o Oceano Atlântico a remo, numa equipa de três elementos. A viagem, que veio chamar a atenção para o problema da poluição dos mares com plásticos, teve início a 12 de dezembro, nas Ilhas Canárias, em La Gomera. Chega hoje à meta, em Antigua, nas Caraíbas.
23 Janeiro 2023, 17h43

Raimundo Tamagnini tem participado em diferentes desafios de limite pelo mundo. Termina hoje um evento único. Atravessou o Oceano Atlântico a remo, numa equipa de três elementos e que teve o seu inicio em 12 dezembro, nas Ilhas Canárias, em La Gomera.

“Sendo português este desafio é sentido de forma especial, com uma sensação de orgulho na representação de uma nação tão identificada com o Atlântico, pela História; Cultura; Ambiente; Economia; Desporto, Gastronomia, e tantas coisas mais. Esta empresa é também sentida como uma responsabilidade, humilde, dessa identificação”, diz Raimundo Tamagnini.

Esta é considerada uma das maiores aventuras possíveis. Foram mais as pessoas que subiram ao cume do Monte Evereste, ou que viajaram pelo espaço, do que as que remaram 5 mil quilómetros para atravessar o Atlântico, unindo dois continentes à força de braços, desde La Gomera, nas Ilhas Canárias até Antigua, nas Caraíbas.

A equipa teve que ser autossuficiente durante a expedição, contando com água dessalinizada a bordo para beber, energia solar para alimentar os equipamentos eletrónicos de navegação e tendo como alimento dietas pré-preparadas e o que o mar pode fornecer. Tudo isto numa embarcação de apenas oito metros, menos que o comprimento de dois carros.

A preparação da equipa durou dois anos, até estarem física e mentalmente preparados para poderem enfrentar as condições extremas durante a travessia.

Logo depois do dia da Natal, sentiram a dureza do mar, enfrentando vagas que atingiram mais de 12 metros, o que aconteceu sem qualquer suporte durante mais de 30 dias. Com turnos de remo de duas horas alternadas com descanso do mesmo período, é exigida uma preparação específica quanto a privação de sono, durante as 24 horas do dia, levando a equipa da Arabian Ocean Rowing a conhecer os seus limites físicos e mentais até ao final da prova, que termina hoje, dia 23 de janeiro, um dia antes do previsto.

“Cada fase, cada dia tem sido diferente e desafiante, numa relação intima com a imensidão, beleza e agrura do oceano atlântico”, fizeram saber os participantes.

“Todo este esforço foi canalizado para criar visibilidade quanto à necessidade da garantia de um futuro sustentável do Oceano Atlântico, numa a parceria com a campanha “Clean Seas”, sob o alto apadrinhamento das Nações Unidas – United Nations Environment Programs – com um plano especifico de colheita de amostras ao longo da viagem e que serão posteriormente analisados quanto a presença de microplástico”, acrescentaram.

“Fazendo parte da Equipa Arabian Ocean Rowing Team, posso dizer que é uma enorme honra e privilégio poder trabalhar com os técnicos e dinamizadores do programa Clean Seas. Incorporamos assim a consciência de que o Oceano e os Ecossistemas costeiros enfrentam uma luta contra esta crise planetária sem precedentes e em três frentes: Clima; Biodiversidade; Poluição e Desperdício”, fez saber Raimundo Tamagnini .

O programa Clean Seas é o líder no esforço global contra o lixo oceânico e a poluição por plásticos. “Esta última é de dimensão e complexidade extraordinária, para qual a resposta não pode ser isolada ou simples; cada um de nós tem que desempenhar o seu papel, a sua parte no todo. Cada um, de todas as idades, pode mudar o seu comportamento, inspirar as suas comunidades e, assim, participar na criação de um futuro para o nosso planeta”, conclui Raimundo Tamagnini.

 

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