Após várias semanas de tensão entre judeus e muçulmanos – que estão a comemorar o mês (móvel) do Ramadão – concentrada na Cidade Velha de Jerusalém, a polícia fechou o Monte do Templo aos judeus até novo aviso. A tensão é ‘normal’ ao longo do Ramadão e acontece todos os anos – mas, com a aproximação das datas previstas para as eleições na Palestina, que ainda continuam incertas, os incidentes têm atingido este ano uma violência e uma constância inusual.
No entanto, informa a comunicação social hebraica, o povo judeu terá acesso nos locais sagrados (para várias religiões) no Dia de Jerusalém, que se comemora na próxima segunda-feira.
O Monte do Templo é o lugar mais sagrado do Judaísmo, considerado um local dos templos bíblicos, e é ao mesmo tempo do terceiro santuário mais sagrado do Islão: a Mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local na hierarquia do sagrado muçulmano, depois de Meca e Medina.
Israel apossou-se do Monte do Templo e da Cidade Velha de Jerusalém na sequência da Guerra dos Seis Dias (1967) e estendeu a soberania a toda a cidade – que o anterior presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu considerar a capital de Israel, contra a vontade de esmagadora maioria dos países, da ONU e do Vaticano.
A tensão em Jerusalém, especificamente em torno da Cidade Velha, chegou ao ponto de rutura no mês passado, depois de a polícia impedir reuniões do lado de fora do Portão de Damasco no início do Ramadão. Posteriormente, as autoridades levantaram o impedimento, mas os confrontos têm continuado.
Na semana passada todas as noites, centenas de palestinianos têm-se dirigido em direção aos postos de controlo israelita na Cisjordânia, provocando também aí vários confrontos.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, anunciou na semana passada que as primeiras eleições nacionais em 15 anos seriam adiadas indefinidamente, no meio da escalada da tensão na região – mas vários analistas afirmam que isso se trata apenas de usar uma ‘desculpa’ para encobrir a evidência da derrota do seu partido, a Fatah, face aos radicais do Hamas. Aliás, o partido de Abbas corre o risco de se apresentar às eleições, quando quer que elas sejam, muito fragmentado em vários movimentos, que tornam uma possível vitória ainda mais difícil.
Face a este quadro político, as autoridades israelitas – nomeadamente os serviços secretos, têm apoiado o adiamento das eleições – principalmente depois de não terem tido sucesso quando tentaram banir o Hamas das listas dos palestinianos elegíveis.
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