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Remuneração, reconhecimento, sucesso ou estabilidade… o que traz felicidade aos gestores portugueses?

A resposta a esta pergunta poderá integrar várias possibilidades, no entanto, através da leitura dos resultados de um estudo realizado a gestores de pequenas e médias empresas é possível chegar à conclusão de que a felicidade não passará necessariamente pela questão monetária.
25 Julho 2018, 11h33

Analisemos os dados concretos: mais de 50% dos gestores sentem que não são devidamente remunerados, no entanto, e apesar disso, estão mais felizes desde que têm o negócio sob a sua liderança. É caso para dizer que a máxima “dinheiro não traz felicidade” nunca fez tanto sentido.

Mas que fatores conduzirão os gestores para este ponto? Por que razão se sentirão mal remunerados, quando, na maioria das vezes, são o elemento mais bem remunerado de uma organização, o que é, invariavelmente, visto com maus olhos por toda a estrutura? O mundo empresarial atual coloca mais e maiores desafios, no que respeita, por exemplo, à contratação.

Se, em plena crise, a falta de emprego era um problema, atualmente, e com a recuperação económica, os gestores sentem dificuldades acrescidas em recrutar, mais ainda em recrutar os perfis mais adequados para as diversas áreas e funções.

Esta será, seguramente, uma das situações que mais preocupa os gestores e que os levará a pensar que o seu esforço na área do recrutamento – muitas vezes mal sucedido – deveria ser melhor remunerado. Mas será a remuneração o verdadeiro problema? Ou estará este relacionado com a falta de estratégias de marketing que os auxiliem? As empresas têm de tornar-se mais atrativas para conseguirem encontrar as pessoas certas e os gestores têm de perceber que esse processo deverá ser responsabilidade dos Recursos Humanos e não uma tarefa sua.

A verdade é que o gestor de uma PME pode agregar várias responsabilidades, mas o seu foco principal estará sempre na visão estratégica do negócio, o que faz com que todas as demais tarefas sejam vistas e encaradas como isso mesmo: apenas uma tarefa.

O universo empresarial atual – cada vez mais profissional e competitivo – exige gestores disponíveis, positivos e, sobretudo, com atitude. Serão esses, e apenas esses, os únicos a conseguir captar e fidelizar colaboradores com atitude. Caberá, também, ao gestor, além da necessidade intrínseca de formação profissional, investir na felicidade, no reconhecimento e na celebração do sucesso de cada um dos seus colaboradores e das suas equipas.

E se é verdade que os gestores se sentem mal remunerados em relação ao esforço, dedicação e investimento que fazem diariamente, também é verdade que o facto de estarem a criar emprego os deveria fazer sentir-se mais realizados.

Está, por isso, na hora de ajudar os gestores portugueses a trabalhar ativamente na criação de um “ser” mais positivo. Aliás, será esse o caminho e o futuro a seguir pela geração “ameaçada” pela inteligência artificial, um futuro marcado pela existência de máquinas capazes de realizar o trabalho até então humano, mas que não conseguirão, jamais, “ser” a mão de obra que fará a diferença, não só no mundo dos negócios, mas, sobretudo, na sociedade atual.

Resumindo, este é o momento certo para os gestores se reinventarem. Quem sabe se não será nessa redescoberta que encontrarão a chave para abrir as portas que escondem a verdadeira e mais genuína felicidade empresarial.

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