A produção a partir de fontes renováveis abasteceu 78% do consumo de energia elétrica no país, em fevereiro, mês em que as condições foram “muito favoráveis” para a hídrica, segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, hoje divulgados.
No mês passado, a produção não renovável foi responsável por 13% do consumo de eletricidade, enquanto os restantes 9% foram abastecidos com recurso a energia importada, informou a REN, em comunicado.
Também em nota enviada à comunicação social, a Agência para a Energia (Adene) salientou que “a hidroeletricidade abasteceu quase metade do consumo de energia elétrica, num mês marcado pelo aumento do consumo de energia elétrica e pela elevada produção renovável”.
Segundo os dados da REN, em fevereiro, a produção renovável foi assegurada em 46% pela hídrica, 20,3% eólica, 7,4% solar fotovoltaico e 4,8% biomassa.
“Tal como em janeiro, as condições voltaram a ser muito favoráveis para a energia hidroelétrica, com um índice de produtibilidade de 1,28 ( média histórica igual a 1)”, apontou a REN.
Já as condições para a produção eólica e fotovoltaica “foram particularmente desfavoráveis, com os índices a registarem 0,71 e 0,83, respetivamente.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a produção renovável abasteceu 77% do consumo (hidroelétrica 38%, eólica 28%, fotovoltaica 6% e biomassa 5%), enquanto a produção a gás natural abasteceu 13% e o saldo de trocas com o estrangeiro abasteceu os restantes 10%.
No caso da energia solar, o contínuo aumento da potência instalada permitiu manter crescimentos homólogos elevados (27%), com a potência entregue à rede a atingir pela primeira vez pontas da ordem de 2.800 megawatts.
Apesar de o mês de fevereiro ter menos um dia este ano do que em 2024, o consumo de eletricidade registou um crescimento homólogo de 3,2% (2,7% com correção de temperatura e dias úteis), devido a temperaturas inferiores às registadas no mesmo período do ano passado, embora com valores muito acima dos valores médios para o mês.
Quanto ao mercado de gás, o consumo cresceu 3,8%, devido ao segmento de produção de energia elétrica, que registou um aumento de 61%, face a uma disponibilidade de energia renovável inferior à verificada no mesmo período do ano anterior.
Pelo contrário, no segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, o consumo caiu 8,3%, devido fundamentalmente a quebras em grandes consumidores industriais.
No final de fevereiro, o consumo acumulado anual de gás registou um crescimento de 1,5%, repartido por uma queda de 6,2% no segmento convencional e um aumento de 29% no segmento de produção de energia elétrica.
O aprovisionamento do sistema nacional continuou, nestes dois meses, a ser assegurado através do terminal de gás natural líquido (GNL) de Sines, enquanto o saldo de trocas através da interligação com Espanha se manteve exportador, equivalendo a cerca de 6% do consumo nacional neste período.
Os Estados Unidos, com 47%, e a Nigéria, com 39%, foram as principais fontes de gás consumido em Portugal.
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