A intensificação do conflito no Médio Oriente coloca pressão sobre as companhias petrolíferas, dado que o mais certo é que os poços e reservas de petróleo passem a ser o próximo campo de batalha dos beligerantes. Entre as grandes empresas europeias, a Repsol é a que apresenta maior potencial de valorização para os próximos meses, refere uma análise citada pelo jornal espanhol “El Economista”.
A situação atual no mercado de commodities é de excesso de oferta (o que levou o brent a cair abaixo dos 70 dólares por barril pela primeira vez desde 2021. Mas, nestas duas últimas sessões, o preço de referência na Europa recuperou para os 75 dólares depois de avançar mais de 5% e reduzir suas perdas anuais para 4%. Sinais de guerra? Provavelmente sim.
O aumento dos preços do petróleo bruto nos últimos dias também reanimou as principais empresas do sector petrolífero do Velho Continente. O Stoxx 600 Energy registou ganhos de pouco mais de 3,5% desde 1 de outubro, mas os aumentos por empresa são ainda maiores: a Equinor subiu 5,7% neste período e a BP também subiu mais de 5%; a Shell, a Eni e a TotalEnergies – a primeira empresa a deixar o Irão quando Donald Trump impôs, em 2018, a proibição dos negócios com os iranianos às companhias que quisessem continuar a atuar nos Estados Unidos – registaram aumentos superiores a 4% e a Repsol e a portuguesa Galp alcançaram aumentos superiores a 2,5%.
De todas elas, refere o jornal, apenas a Shell e a Galp escaparam às derrapagens que as empresas do sector conheceram este ano e registam saldos anuais na ordem dos 4% e 30%, respetivamente. “No entanto, no que diz respeito aos possíveis aumentos nos próximos meses, os especialistas são claros: a Repsol será a que mais crescerá”.
Os analistas dão um potencial médio de alta às ações da petrolífera espanhola de 29%, o que apagaria as perdas acumuladas no ano, de cerca de 9%. Com este alvo, o preço das suas ações chegaria aos 15,71 euros, colocando o seu preço nos níveis de abril passado. A maioria dos bancos de investimento coloca o preço-alvo da companhia espanhola nos 17 euros ou mais, o que permitiria à empresa voltar pelo menos aos níveis de 2018.
“Este potencial em alta contrasta com o do resto das empresas petrolíferas do continente, mesmo que o de algumas delas também seja notório. De facto, destacam-se a BP, Galp e Shell, de 27%, 21% e 20% respetivamente. A companhia espanhola também mantém uma das melhores recomendações dos especialistas (compra), superada apenas pela Shell. O Barclays refere que “as ações da Repsol estão a ser negociadas em pé de igualdade com os seus pares, mas vemos potenciais catalisadores relacionados aos dividendos e ao seu portfólio”. Os especialistas estimam 3,4 mil milhões de euros de lucros no final de 2024, com uma distribuição de dividendos de 0,93 euros por ação, um retorno próximo de 8%, a segunda remuneração mais atrativa do sector, atrás da Equinor. A isto acresce a potencial recompra de ações que a Repsol possa executar.
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