No início era a vontade de olhar para trás. Estávamos em 2016. Depois, quando o filme começa a ganhar forma, em 2017, Walter Moreira Salles, o realizador de “Ainda Estou Aqui”, percebe que esta é, também, uma oportunidade para entender o presente.
Porquê? Porque existe um projeto político assente no apagamento da memória, i.e., dos anos da ditadura no Brasil. A cena de abertura é crua: um corpo flutua nas ondas que embalam a praia do Leblon, enquanto um helicóptero do exército faz um voo rasante sobre a areia.
A ação decorre no Rio de Janeiro. O Brasil está dominado pela ditadura militar. Eunice Paiva, mãe de cinco filhos, é obrigada a reinventar-se quando a vida da sua família é desfeita pela violência arbitrária do regime.
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