Respostas Rápidas. Rui Rio e os preços mais altos nas viagens da TAP. A polémica em quatro respostas

O que está em causa?

Rui Rio lançou a polémica no debate com António Costa para as eleições legislativas de 30 de janeiro. O presidente do PSD apresentou um quadro com os preços de um voo da TAP de Madrid para São Francisco, com escala em Lisboa, confrontando o primeiro-ministro com o facto de a companhia aérea nacional cobrar mais aos portugueses do que aos espanhóis numa viagem para os EUA.

É mesmo assim?

De acordo com o exemplo mostrado pelo candidato social-democrata no debate, um espanhol paga “190 euros de Madrid a São Francisco com escala em Lisboa. O português, se apanhar o avião em Lisboa para ir para São Francisco, paga 697 euros”. Esse preço é factual. Mas a TAP tem uma explicação para isso.

Então o que diz a TAP?

Ainda que não por estas palavras, a TAP diz que Rui Rio está a comparar coisas diferentes. Que o preço de um voo direto (no exemplo de Rui Rio, o Lisboa-São Francisco) não se pode comparar com um voo de escala (no mesmo exemplo, o Madrid-Lisboa-São Francisco), que – diz a companhia – é menos apelativo. Aliás, os preços da TAP evidenciam isso mesmo. O Jornal Económico avançou em 17 de dezembro que, em muitos voos, a TAP estava a cobrar mais quando o destino final é Lisboa ou Porto do que quando as duas cidades são utilizadas como “stopover” para outros destinos na Europa.

E este é o único argumento da TAP?

Não. À SIC, a TAP fala num outro factor: a “concorrência forte” que as companhias aéreas enfrentam no aeroporto de Madrid, que as obriga a ter preços mais baixos. Conclui a reportagem da SIC: “Que é o mesmo que dizer que, como em Lisboa a concorrência é menor, a TAP pode aproveitar-se disso para cobrar preços mais caros”. Numa outra resposta enviada por escrito ao jornal “Eco” a questão da concorrência em Madrid surge de forma mais abrangente. “Os preços são determinados pela lei da oferta e da procura. Há uma forte concorrência na oferta de voos de qualquer aeroporto da Europa para os EUA”. E insiste que a TAP, ou qualquer outra companhia, deve ter preços mais competitivos nos voos com stopover do as companhias que operam em voos diretos. O que é o mesmo argumento acima, mas, ao contrário.