O segundo maior colapso de um banco privado na história norte-americana gerou fortes preocupações durante a semana passada e o fim-de-semana, com os clientes do Silicon Valley Bank (SVB) numa corrida aos depósitos, incluindo por várias startups de peso. O Governo viu-se obrigado a intervir, assegurando depósitos para acalmar o pânico, mas as ondas de choque já fizeram mais uma vítima, o Signature Bank.
O que precipitou a queda do SVB?
Uma instituição financeira aparentemente sólida e respeitada, o SVB procurava, na semana passada, angariar 2,25 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) para reequilibrar o seu balanço, depois de ter perdido depósitos consideráveis de empresas suas clientes. Ao mesmo tempo, o banco havia já vendido um pacote de ativos no valor de 21 mil milhões de dólares (19,6 mil milhões de euros), ou seja, incorrendo numa perda de mais de 1,5 mil milhões de euros. Estas notícias geraram ondas de pânico nos mercados, precipitando a queda rápida do banco.
Qual a solução proposta pelo Governo federal dos EUA?
Perante a segunda maior falência de um banco na história norte-americana, só atrás da queda do Lehman Brothers, em 2008, o Governo federal procurou atuar rapidamente para limitar as perdas junto dos depositantes. A Reserva Federal apressou-se a garantir que os depósitos do banco estão seguros, incluindo os que não tinham garantia, mas o mesmo não será válido para acionistas e gestores de topo. Para tal, o Tesouro já disponibilizou 25 mil milhões de dólares (23,3 mil milhões de euros). Para algumas empresas, sobretudo start-ups de tecnologia que se apoiavam fortemente no SVB, foi um salva-vidas anunciado por Washington.
Há perigo de contágio no sistema?
Como em qualquer falência ou graves problemas em instituições financeiras, a possibilidade de contágio preocupa mercados e analistas. Na sequência da queda do SVB, já houve uma segunda vítima: o Signature Bank, sediado em Nova Iorque e especializado em carteiras cripto. Também neste caso o Governo federal já deu garantia sobre os depósitos, que chegavam a 82,7 mil milhões de euros. Ainda assim, os riscos de contágio internacional parecem, por agora, reduzidos, dada a baixa exposição aparente dos bancos europeus ao SVB.
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