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Restrições internacionais provocaram cancelamento de 50 mil reservas em junho

No dia 27 de junho, dia em que Portugal entrou na lista vermelha da Alemanha e o dia 4 de junho, dia em que saiu da lista verde do Reino Unido, foram “os dois piores dias de sempre em termos de cancelamentos”, afirma a associação. Segundo os dados da ALEP, só no domingo foram canceladas três mil reservas, a maioria de turistas alemães.
  • Cristina Bernardo
28 Junho 2021, 17h45

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), afirma que o sector regressão a uma “situação dramática”, devido às restrições impostas por outros países em relação às viagens para Portugal. Segundo a associação, já foram canceladas mais de 5o mil reservas só nas últimas semanas.

“Se os apoios não forem revistos com urgência, será difícil as empresas e empresários resistirem a mais um verão quase sem turismo depois de um ano sem receitas”, alerta a ALEP.

No passado domingo, 27 de junho, dia em que Portugal entrou na lista vermelha da Alemanha e o dia 4 de junho, dia em que saiu da lista verde do Reino Unido, foram “os dois piores dias de sempre em termos de cancelamentos”, afirma a associação. Segundo os dados da ALEP, só no domingo foram canceladas três mil reservas, a maioria de turistas alemães.

“A título de exemplo, no Algarve, pela primeira vez este ano, o número de cancelamentos foi tão grande quanto o número de reservas. É um cenário muito negro e desanimador, tendo em conta que estamos já no verão”, acrescenta a ALEP em comunicado.

Eduardo Miranda, presidente da ALEP, afirma que “tem sido uma montanha-russa de sobe e desce que se altera em poucas semanas. Em maio, com a entrada na lista verde do Reino Unido sentimos de imediato uma esperança de um verão aceitável com um ressurgimento das reservas. Agora, cerca de um mês depois, o cenário inverte-se e temos verão praticamente comprometido que arrisca ser pior ainda que o do ano passado”.

“O problema não são apenas os cancelamentos que colocam a perder o que se conseguiu em maio, mas acima de tudo a quebra de reservas que caiu para menos da metade com tendência à medida que Portugal é classificado internacionalmente como um destino de risco da nova variante. A combinação destes dois fatores é bombástica. Junho acabou por se mostrar um fracasso, julho está perdido com os cancelamentos e agosto pode estar comprometido, pois, estas vagas levam semanas a serem controladas”, acrecentou Pedro Miranda.

Para o presidente da ALEP, “as perspetivas não são nada boas. Tememos pelo futuro não só do alojamento local, mas do Turismo como um todo. Suportar um ano quase sem faturação é um esforço quase desumano, mas perder dois verões seguidos torna a situação quase impossível de resistir sem apoios”.

A associação deixa uma apelo ao Governo, sublinhando que precisa “adaptar-se rapidamente a esta mudança de realidade. Em Maio, assim que vieram os primeiros sinais de retoma, foram cortados quase todos os apoios. Com esta mudança de cenário, se não houver um novo balão de oxigénio de imediato e com fundo perdido, o sector não vai resistir”. A ALEP acrescenta que é “urgente reativar para estes grupos mais fragilizados, programas com fundo perdido do género do ‘Apoiar’ ou algo similar para ajudar a suportar esta nova quebra.

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