As vendas consolidadas da Corticeira Amorim totalizam 726 milhões de euros até 30 de setembro, menos 4,8% que em igual período do ano passado, mas os resultados líquidos caíram 28,6% para os 47,8 milhões, que comparam com os 67 milhões obtidos nos primeiros nove meses de 2023. Em comunicado à CMVM, o grupo reporta ainda a redução da dívida líquida para 214 milhões de euros. A proposta de distribuição de reservas distribuíveis aos acionistas é no montante de 0,09 euros por ação
António Rios de Amorim, presidente e CEO, afirma, citado pelo comunicado, que “apesar da recente melhoria das condições de mercado em alguns segmentos onde opera, a atividade da Corticeira Amorim continua a ser condicionada pela baixa visibilidade e pela pressão sobre os volumes. Como antecipado, a rentabilidade foi afetada pelos elevados preços de consumo de cortiça, reflexo das condições da campanha de cortiça de 2023, apesar dos benefícios decorrentes do aumento da eficiência industrial e da melhoria do mix”.
Estas adversidades não constituem, no entanto, “um obstáculo à nossa ambição de garantir uma gestão eficiente dos recursos e de continuar a crescer no futuro. Acreditamos que a criação da Amorim Cork Solutions conduzirá a uma gestão mais integrada das operações e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, fortalecendo o negócio “não rolha”. No segmento de vinhos espumantes, reforçámos as nossas competências e abrangência da nossa oferta, através da aquisição, pelo grupo SACI, da sociedade italiana Intercap, especializada na produção de cápsulas de surbouchage para espumantes e vinhos tranquilos.”
A queda das vendas consolidadas deu-se “apesar da melhoria registada no terceiro trimestre”. “A evolução das vendas reflete, na generalidade, o contexto adverso do mercado, com impacto na performance dos volumes#”, refere o comunicado.
Todas as Unidades de Negócio registaram uma redução das vendas, exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas ascenderam a 90,8 milhões de euros, um crescimento de 4,6% face ao período homólogo de 2023. O EBITDA consolidado totalizou 127,6 milhões, o que compara com 139,8 milhões de euros no final de setembro do ano passado. Apesar dos benefícios decorrentes da redução dos custos de matérias-primas não cortiça, de maiores eficiências industriais e das melhorias do mix de produto, a rentabilidade foi penalizada pelo aumento dos preços de consumo de matérias-primas cortiça e pelo efeito da desalavancagem operacional.
A margem EBITDA cifrou-se em 17,6% (18,3% no período homólogo do ano passado).
A redução do resultado líquido deu-se “também pela inclusão de custos não-recorrentes (5,3 milhões) bem como pelo aumento dos encargos financeiros em consequência do maior endividamento médio”. No final de setembro, a dívida remunerada líquida ascendia a 214,1 milhões. “Apesar do aumento do investimento em ativo fixo (31,9 milhões), do pagamento de dividendos (26,6 milhões) e do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (5,3 milhões), foi possível reduzir a dívida líquida em 26,7 milhões de euros face ao final de dezembro de 2023 (240,8 milhões)”, salienta a Corticeira.
O comunicado diz ainda que a proposta de dividendos do conselho de administração à Assembleia Geral de Acionistas, a realizar no próximo dia 2 de dezembro, é a distribuição parcial de reservas distribuíveis de 0,09€ por ação.
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