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À porta de uma earnings season importantíssima, que será a prova dos nove do campo empresarial quanto ao resto do ano, nomeadamente se a contracção dos lucros se irá confirmar para o primeiro trimestre deste ano, conforme é esperado, e como será o outlook para os próximos meses
8 Abril 2019, 07h45

Ouro sobre azul, foi esta a “mensagem” transmitida pelos dados dos non-farm payrolls na sexta-feira, isto porque não só refutaram a ideia de uma travagem brusca da economia norte-americana como confirmaram a falta de motivos para que a FED sinta necessidade de alterar a sua mentalidade dovish, Com efeito os 196,000 postos de trabalho criados em vez dos 180,000 previstos, adicionados à revisão em alta de 13,000 novos empregos referentes ao mês anterior, menorizaram os dados mais recentes que apontam para um abrandamento da actividade manufactureira e dos serviços na maior economia do mundo. Igualmente bullish foi o facto dos rendimentos terem crescido “apenas” 3,2% contra os 3,4% antecipados pelos analistas, ou seja um cenário condizente com um mercado de trabalho robusto, com desemprego em níveis muito baixos, mas sem uma pressão exagerada na subida dos rendimentos que sugira um sobreaquecimento.

O optimismo resultou numa sessão de subidas nos três principais índices de Wall Street sendo que o Dow Jones esteve condicionado negativamente pela queda de -4,14% nos títulos da Dow Inc, após um inicio de cobertura por parte da J.P. Morgan com uma recomendação de underweight e um objectivo alvo para o preço de 49$ por acção, bem abaixo dos 57,24$ do valor de fecho de sexta-feira. De notar no entanto três tópicos que retiraram brilho ao comportamento dos índices, para além de variações pouco expressivas que atingiram apenas os 0,59% no índice tecnológico, o volume foi anormalmente baixo para um dia de non-farm payrolls, com menos 15% de transacções em relação à media dos últimos 20 dias e por último, mas não menos importante, as subidas de 1% e 0,73%, apenas ultrapassadas pelas energéticas, dos sectores de refúgio, utilities e imobiliárias respectivamente.

Este menor fulgor dos Bulls poderá estar relacionado com o facto dos índices estarem perto de novos máximos históricos, assim como de estarmos à porta de uma earnings season importantíssima, que será a prova dos nove do campo empresarial quanto ao resto do ano, nomeadamente se a contracção dos lucros se irá confirmar para o primeiro trimestre deste ano, conforme é esperado, e como será o outlook para os próximos meses. De realçar o bom comportamento do sector bancário na semana que terminou e que será o primeiro a divulgar resultados, valorizações possibilitadas pela recuperação verificada nas taxas de juro das obrigações soberanas dos EUA, após terem atingido mínimos de vários anos no final de Março.

No Forex nada de extraordinário, o U.S dólar valorizou 0.2% com o teor bullish dos dados económicos enquanto que a Libra inglesa cedeu -0.3% para os $1.3036, no dia em que Theresa May solicitou formalmente à União europeia uma extensão para o Brexit até ao dia 30 de Junho, data que Bruxelas já tinha recusado anteriormente, dado que há eleições para o Parlamento Europeu antes disso e o Reino Unido precisa de clarificar se sai ou fica no grupo dos 28 antes das mesmas.

Os bancos centrais estarão em destaque esta semana, com a reunião do BCE e as minutas do FED do último encontro a dominarem as atenções, ao que se irão juntar dados sobre rendimento e inflação nos EUA, bem como da produção industrial na zona Euro.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é Semanal

Após ter quebrado em alta o canal descendente a azul e mesmo que novos máximos sejam atingidos, é previsível que essa linha de quebra venha a ser testada em breve.

 

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