É no éter que esta conversa decorre. Um ecrã de cada lado. Sentado no sofá, em sua casa, no Porto, Richard Zimler sorri quando interpelado sobre o quadro que emerge como pano de fundo. É uma pintura de Brígida Machado, artista de Évora, de que gosta particularmente. Cresceu com os quadros de grandes pintores do século XX. Ou melhor, com cartazes e reproduções, porque, diz ao JE, não havia dinheiro para originais.
Além disso, teve a sorte de crescer em Nova Iorque, de ir ao Museu de Arte Contemporânea, ao Metropolitan e tantos outros. É um amante de arte e de museus, e continua a emocionar-se quando vê a pintura original de um artista que habitou essa sua primeira casa. “Parece que reencontro um amigo que já conheço há muitos anos”.
A mãe pintava e Zimler, influenciado por ela, começou a pintar bastante jovem. “Ainda faço desenhos a pastel quando não estou a escrever um romance. Desenhar faz parte do meu universo criativo”. Escrever e desenhar implicam processos criativos distintos, porque “um romance leva-me dois ou três anos. Então, é um projeto enorme e tenho que ter muita energia espiritual e psicológica para começar e continuar o trabalho diário durante dois, três anos ou mais”, confessa. Enquanto “fazer um desenho a pastel leva-me dois, três, quatro dias. Não é um investimento psicológico tão profundo” como aquele que gosta de imprimir na escrita.
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