O risco político de Portugal mantém-se estável, numa altura em que a nível global o cenário é de incerteza, segundo a gestora de riscos e seguros Marsh.
No “Mapa de Risco Político de 2019”, publicado esta quinta-feira, a Marsh explica que no índice de risco de país – que se baseia em dados da Fitch Solutions – Portugal registou 70.9 pontos, colocando o país na segunda categoria mais positiva de avaliação.
“A estabilidade sentida nos últimos anos, com melhoria de ratings, além da redução do endividamento e a queda do desemprego são factos que contribuem para esta manutenção positiva de Portugal”, refere Carlos Figueiredo, diretor de riscos financeiros e especialidades da Marsh Portugal, em comunicado.
Os analistas da Marsh realçam que ainda a vantagem do PS nas sondagens sobre as eleições legislativas de outubro. “Embora pareça improvável que [o PS] ganhe uma maioria absoluta, um acordo com o rival tradicional, o centro-direita Partido Social Democrata (PSD), significa que o PS dependerá menos do apoio dos parceiros de esquerda no atual acordo”.
Incerteza global aumenta
A análise da Marsh identifica que o aumento das tensões geopolíticas e de sentimentos protecionistas, assim como a guerra comercial estão a provocar o aumento da incerteza e do risco para multinacionais com investimento estrangeiro direto.
Carlos Figueiredo explica “que empresas com investimento estrangeiro direto enfrentam um conjunto de desafios sem precedentes das economias emergentes até às chamadas economias desenvolvidas”.
De acordo com a análise da corretora, que mapeou mais de 200 países e territórios, o aumento da tensão entre os Estados Unidos e a China poderá aumentar este ano, com impacto para economias mais dependentes das exportações.
“As tarifas comerciais e as disputas geopolíticas entre os EUA e a China podem aumentar em 2019, ampliando o risco de novas retaliações chinesas e contrarretaliação dos EUA. Economias fortemente exportadoras, como a Alemanha, provavelmente serão afetadas”, identificam.
Os analistas salientam ainda que as relações entre a Rússia e o Ocidente deverão “continuar tensas” este ano e a hipótese da aplicação de novas sanções ao país liderado por Vladimir Putin não é excluída.
Também o Brexit é identificado nos riscos políticos, tal como “a continuada instabilidade política em Espanha levou a um declínio acentuado do índice de risco político a curto prazo do país”.
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