Nestes dias de turbulência devido ao tombo de 30% das ações do Credit Suisse na quarta-feira, o fluxo de clientes que optam por retirar o seu dinheiro do banco e procurar outro fornecedor tem aumentado em todos os mercados onde o banco, que há décadas infinitas gere as maiores fortunas mundiais, está presente.
Esse é o caso do Credit Suisse em Espanha, segundo o jornal Cinco Dias. Os rivais do Credit Suisse em Espanha têm como alvo clientes bancários privados que abandonam o banco. Os ricos procuram alternativas após anos de instabilidade e os concorrentes do banco estão em démarches para captar clientes do Credit Suisse.
“É algo que temos vindo a ver há meses, e nos últimos dias tornou-se mais agudo. Cada vez mais pessoas vêm ver-nos do Credit Suisse e querem trabalhar connosco porque já estão fartos de todo o barulho à volta do banco”, explica o CEO de uma das maiores empresas bancárias privadas a operar em Espanha ao jornal espanhol.
Em Portugal, onde há uma sucursal do Credit Suisse, na passada quarta-feira o banco foi inundado pelo telefonema dos clientes.
“Estamos a receber telefonemas em catadupa de pessoas que querem tirar de lá os ativos… se é assim em Portugal, imagine à escala mundial”, revelou um dos responsáveis por um banco especializado em gestão de fortunas concorrente, no dia em que o Credit Suisse caiu 30% na Bolsa de Zurich.
O Jornal Económico contactou então o banco em Portugal na quarta-feira, que confirmou a enxurrada de telefonemas de clientes, mas não a saída de fundos.
O Cinco Dias relata que os clientes mais endinheirados procuram agora ter o dinheiro espalhado por várias gestoras de patrimónios, para não meterem todos os ovos no mesmo cesto.
O segundo maior banco suíço já tinha visto as saídas de clientes no quarto trimestre aumentarem para mais de 110 mil milhões de francos suíços (112,5 mil milhões de euros).
Já esta quinta-feira, o Credit Suisse emitiu um comunicado a anunciar que pretende exercer a sua opção de recorrer a empréstimos do Banco Nacional Suíço de até 50 mil milhões de francos suíços (51 mil milhões de euros) através do acesso a uma Facilidade de Crédito Coberto (Covered Loan Facility), bem como a uma facilidade de liquidez de curto prazo. Dos 50 mil milhões de francos suíços do banco central, 39 mil milhões de francos deverão ser utilizados imediatamente.
O apoio do banco central suíço travou a queda das ações do Credit Suisse Group e na quinta-feira fechou a subir mais de 19% para os 2,02 francos suíços por ação.
As autoridades da Suíça e o Credit Suisse Group continuam a discutir maneiras de estabilizar o banco, avançou a Bloomberg.
Entre as ideias lançadas está a separação do banco na Suíça e uma aliança com o maior rival suíço UBS Group AG.
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