[weglot_switcher]

Roménia: centrista Nicușor Dan garante vitória sobre o extremista George Simion

O presidente da câmara de Bucareste, que concorreu como independente, deve ser o próximo presidente da Roménia, de acordo com as primeiras sondagens à boca das urnas.
18 Maio 2025, 19h52

O autarca centrista Nicusor Dan, de 55 anos, parece ter conseguido garantir uma vitória sobre o candidato de extrema-direita, até agora favorito, George Simion, por 55% contra 45%, registam as sondagens à boca das urnas. Dan já comemorou os resultados a partir da câmara de Bucareste. “Eleições são sobre comunidades, e nas eleições de hoje venceu uma comunidade de romenos que quer uma mudança profunda na Roménia. Uma comunidade que quer o funcionamento das instituições do Estado. Uma comunidade que quer a redução da corrupção”, disse.

A vitória de Dan, se confirmada pelos resultados oficiais, acalmará por certo os temores em Bruxelas e outras capitais europeias de que a Roménia – um país de 19 milhões de pessoas que é membro da União e da NATO – se estaria a inclinar para a direita radical. Segundo a imprensa, esta segunda volta das presidenciais foi acompanhada de perto pela Casa Branca, onde autoridades do governo Trump apoiaram à direita romena: o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, criticou as autoridades romenas por cancelarem a primeira volta das eleições presidenciais de novembro passado, depois de uma vitória do candidato supostamente apoiado por Moscovo.

O Supremo Tribunal da Roménia decidiu anular a eleição e ordenar uma nova votação, sob alegações de que o candidato vencedor da primeira volta, o ultranacionalista Calin Georgescu, apoiado pela Rússia. Georgescu e o governo russo negaram essas acusações, mas as autoridades eleitorais da Roménia impediram-no de concorrer novamente na repetição das eleições.

O rival de Dan, George Simion, venceu a primeira volta das eleições presidenciais em regime de repetição, contra a concorrência de outros dez candidatos – e de algum modo substituiu Georgescu, uma vez que considerou o cancelamento das eleições de novembro como um ato ilegal. Em pouco tempo, Simion foi igualmente acusado de contar com o apoio russo. Segundo a imprensa romena, Simion, num discurso inflamado, reivindicou a vitória “em nome do povo romeno” – o que pode indicar que o candidato se prepara para contestar os resultados.

O desafio imediato de Nicusor Dan como presidente será garantir uma coligação de partidos pró-europeus no parlamento e nomear um primeiro-ministro que terá a tarefa de implementar medidas económicas para controlar o défice orçamental, que está na casa dos 9%. O candidato independente representa a corrente pró-União Europeia e pró-NATO.

A imprensa enfatiza que a maioria dos romenos considera as presidenciais como a votação mais importante da história pós-comunista da Roménia. As primeiras horas de votação revelaram uma afluência significativa às urnas, tanto no país como na diáspora, um sinal do que está em jogo para a futura direção do flanco oriental da NATO.

De qualquer modo, Simion declarou que “não nos vamos retirar de nenhuma aliança e vamos cooperar, esta é a nossa política externa, com todos os Estados do mundo”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.