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RRP. Sociedade de advogados da rede EY contrata Tiago Aires Mateus

O advogado, presidente da comissão de vencimentos da TAP e administrador da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha, tornou-se o sexto sócio deste escritório e estará encarregue da nova área de prática de ‘Legal Operations’.
27 Janeiro 2022, 08h20

A sociedade de advogados RRP, que faz parte da rede de escritórios jurídicos da EY, integrou como sócio Tiago Aires Mateus, presidente da comissão de vencimentos da TAP e administrador da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha. O advogado vai liderar a nova área de prática de “Operações Jurídicas”, que procura assessorar as empresas na due diligence e no cumprimento das suas obrigações societárias e regulatórias, envolvendo mais processos tecnológicos e dados.

A RRP, cujas áreas mais relevantes em termos de receita têm sido o Imobiliário e M&A, foi fundada em 2016 e tem cerca de 30 advogados, entre os quais estão os seis sócios: Ricardo Reigada Pereira (managing partner, de Fiscal e Imobiliário), Filipa Alfaia Barata (Contencioso, Reestruturações e Insolvência), Rodrigo Falcão Nogueira (Corporate/M&A), Carlos Vaz de Almeida (Bancário), Manuel Cordeiro Ferreira (Mercado de Capitais e Serviços Financeiros) e Tiago Aires Mateus.

“Antecipo que será um ano com muita procura, mantendo-se um elevado nível de atividade em todas as áreas transacionais. Veremos, provavelmente, algum crescimento das reestruturações e insolvências e será dada uma maior atenção a todos os temas de melhoria da gestão do risco, bem como aos processos de transformação digital como fator de competitividade das empresas, o que terá repercussões do lado da oferta de serviços jurídicos”, diz ao Jornal Económico (JE) o advogado que trabalhou na PLMJ, Linklaters, Parpública e foi chefe do gabinete do secretário de Estado da Energia do Governo de Pedro Passos Coelho.

Em entrevista ao JE, Tiago Aires Mateus explica ainda que este investimento se deve a uma lacuna de mercado que encontraram e que está a impedir os gestores de se concentrarem nos temas importantes das suas empresas, alinhados com as prioridades do negócio.

Em que consiste a área de prática de ‘legal operations’? Têm uma equipa fixa alocada a este departamento ou é amovível, com pessoas a rodar de outros departamentos, consoante as necessidades do trabalho?

Tem uma equipa fixa, que está a ser reforçada, mas conta ainda com os recursos e conhecimentos especializados das restantes áreas. É uma área de prática transversal, não se contém numa área do Direito. O termo legal operations abrange realidades muito diversas. Identificámos cinco domínios de atuação, dois dos quais são prioritários. Em primeiro lugar, surge o compliance societário e os temas de governação das sociedades. Desde a génese da RRP que assessoramos os clientes em todas as etapas da vida das empresas, mas identificámos uma oportunidade de melhoria na forma como este serviço pode ser executado internamente e depois prestado ao cliente. Queremos mudar alguns dos métodos de trabalho tradicionais, mas também a forma como o cliente interage connosco e perceciona o resultado do nosso trabalho. Em segundo lugar, estamos a investir nos temas de contratação e gestão do ciclo de vida dos contratos, o que se traduzirá numa vantagem comercial para os nossos clientes. O objetivo é transformar os processos de celebração de contratos e de gestão das obrigações contratuais, de modo a simplificá-los e monitorizá-los em larga escala.

Por que motivo surgiu esta necessidade?

Um estudo da EY Law e da Harvard Law School revelou alguns dos desafios e fatores por detrás desta necessidade: um terço dos milhares de líderes consultados preveem uma redução de 30% nos custos dos departamentos jurídicos até 2023 e 75% consideram que, proporcionalmente, o volume de trabalho jurídico aumentará mais do que o respetivo orçamento. Cerca de dois terços acreditam que a função jurídica ficou atrás de outras no que respeita à inovação e quase um terço do tempo dos advogados de empresa é gasto a realizar tarefas repetitivas, de rotina e de baixo valor acrescentado. A conjugação destes fatores, aos quais se junta a relutância dos CEO em investir numa função muitas vezes vista como de suporte, non-core, geradora de gastos e não rendimentos, tem gerado um fosso entre as expectativas da administração e as performances dos departamentos jurídicos.

Defendem que vão aliar a tecnologia ao conhecimento jurídico. Que plataformas têm disponíveis para vos auxiliar internamente? Os advogados estão a ser formados?

Temos ao nosso dispor um leque de soluções informáticas, que vão desde aplicações conhecidas no mercado nacional, até ao software mais inovador com inteligência artificial e Robotic Process Automation [RPA], passando por ferramentas informáticas nossas. Um dos elementos diferenciadores da nossa oferta consiste nas alianças e parcerias internacionais que mantemos nestes domínios. E capital humano. Na RRP, todos os advogados têm formação adequada e desenvolvem as suas competências num ambiente colaborativo. Os gabinetes, por exemplo, são partilhados por sócios, associados e estagiários. A RRP criou também a sua própria base de dados de know-how totalmente digital, com várias centenas de títulos e modelos, à qual podemos aceder remotamente.

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