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Rio diz que ajuda à TAP é desrespeito “pelos impostos dos portugueses”. Costa acha que Bruxelas aprova plano em 2021

Rui Rio aponta que os dez milhões de portugueses vão pagar uma fatura de 450 euros, apelidando o valor total como uma “monstruosidade”. “Na minha opinião é uma dupla falta de respeito pelos impostos dos portugueses. Todos vão pagar apesar da TAP só olhar para uma parte do país”.
7 Outubro 2021, 16h29

Rui Rio abordou o tema TAP na reunião parlamentar que está a decorrer esta quinta-feira, confrontando António Costa relativamente ao custo da empresa para os contribuintes portugueses.

O líder do PSD disse que a questão da TAP é “muito importante em termos numéricos” dado que tem um custo de 4,5 mil milhões. “O Governo reverteu a privatização da TAP e é um erro que estamos todos a pagar forte e feio”, lamentou.

Rui Rio aponta que os dez milhões de portugueses vão pagar uma fatura de 450 euros, apelidando o valor total como uma “monstruosidade”. “Na minha opinião é uma dupla falta de respeito pelos impostos dos portugueses. Todos vão pagar apesar da TAP só olhar para uma parte do país”, reforçou.

Para Rui Rio, o Governo “reverteu a privatização de uma empresa falida, uma empresa que dá regalias enormes e que sempre viveu dos nossos impostos. Podia dar as regalias e pagar aqueles salários todos que quer pagar se fosse uma empresa lucrativa e não vivesse dos nossos impostos”.

De acordo com as contas de Rio, o Governo deu dois milhões à TAP em 2016, um valor que ascendeu aos 55 milhões em 2017, aos 1,2 mil milhões no ano passado e aos 970 milhões este ano, estando já prevista uma ajuda de 990 milhões no próximo ano. O líder do PSD apontou ainda que o Governo já tem ajudas definidas até 2024, num aval máximo de 4,5 mil milhões de euros “que a TAP não vai pagar”.

Para o deputado do PSD, a TAP “comporta-se como uma empresa regional”, recusando prestar “qualquer serviço público” e acusando-a de “abandonar o país”. Rio relembrou ainda, no seu discurso, que as ilhas vivem do turismo, bem como o Algarve e que o tecido empresarial vive no norte de Portugal.

Em resposta, António Costa notou que as regalias da reversão da privatização foram notórias quando a empresa “não foi arrastada pelas vicissitudes do seu principal investidor privado” e garantiu que há condições para que Bruxelas dê ‘luz verde’ ao plano de recuperação da transportadora aérea ainda em 2021.

“Sei que o senhor deputado não aprecia a TAP, acha que os trabalhadores da TAP ganham demais. A verdade é que no momento em que temos a maior crise mundial da aviação civil, temos a TAP em recuperação da sua atividade, os trabalhadores a fazerem um esforço muito significativo do seu próprio vencimento para ajudar à recuperação da empresa e a nossa convicção é que estão criadas as condições para até ao final do ano a Comissão Europeia viabilize totalmente o Plano de Recuperação da TAP e que corresponderá à exigência dos portugueses: continuar a termos uma companhia que assegure a nossa autonomia estratégica no quadro da aviação civil”, respondeu o primeiro-ministro à oposição.

Rio foi mais longe e disse que “a TAP viveu sempre dos impostos dos portugueses, e a TAP não tem um problema pontual em relação ao ano de 2020/2021”. Para o líder do PSD, e já com o dinheiro investido na empresa, tinha-se conseguido abrir uma nova empresa “a sério e sem vícios” no sector.

O deputado social-democrata questionou ainda líder do Governo sobre a possibilidade de a Comissão Europeia não aceitar o financiamento à TAP. António Costa relembrou que o Governo só começou a injetar dinheiro na empresa aquando da autorização da Comissão, dado que até lá estava proibido do fazer. O primeiro-ministro disse ainda ser ingrato estar a falar de planos elaborados em 2016 e 2019 atualmente por ninguém ter a capacidade de prever a entrada da pandemia.

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