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Rui Rio procura tornar-se o líder da oposição que mais tardou a chegar ao poder

Triunfo sobre Paulo Rangel, na sua terceira vitória consecutiva em eleições diretas, leva a que o líder social-democrata esteja em condições de ultrapassar António Guterres como o líder da oposição que mais tempo demorou a tornar-se primeiro-ministro. Quando disputar as próximas eleições legislativas Rio já levará 1.445 dias à frente do seu partido.
  • José Coelho/Lusa
4 Dezembro 2021, 17h00

A alegada impreparação de PauloRangel para ser primeiro-ministro, argumento repetido por Rui Rio na campanha interna em que garantiu não ter tempo ou vontade de participar, terá surtido efeito entre os militantes sociais-democratas, que no sábado o reelegeram para um terceiro mandato de dois anos, com 52,43% dos votos, apesar de o adversário somar apoios nas maiores distritais e concelhias.

Tendo dito muitas vezes que ninguém poderia estar preparado para ser primeiro-ministro em poucos meses, o que o levou a defender que as eleições internas deviam ser adiadas para depois das legislativas antecipadas devido ao chumbo doOrçamento doEstado para 2022, Rio está nos antípodas daquilo que apontou como defeito, pois nunca nenhum outro líder de um dos dois principais partidos portugueses ficou tanto tempo em funções até ser chamado a formar governo pela primeira vez, o que lhe pode suceder se levar oPSD a ser o partido mais votado a 30 de janeiro de 2022.

Nessa data Rio já levará 1.445 dias desde que se tornou presidente doPSD, derrotando Santana Lopes numas diretas marcadas pela despedida de Passos Coelho. Depois dessa vitória, em 2018, ficou à frente de Luís Montenegro e de Miguel Pinto Luz em 2020, derrotando o primeiro numa segunda volta, e teve a terceira vitória consecutiva ultrapassando Paulo Rangel. Maior resiliência de um líder da oposição só se encontra no exemplo de Mário Soares, pois o secretário-geral histórico do PS ficou 1.746 dias à frente do partido que fundara ainda durante o Estado Novo, entre a data em que o seu segundo governo constitucional foi derrubado – abrindo caminho a executivos de iniciativa presidencial e à posterior vitória do centro-direita da Aliança Democrática – e o regresso à Presidência do Conselho de Ministros, liderando o único governo que juntou PS e PSD até ao momento.

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