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Rússia anuncia que vai cooperar com o Irão

O ministro das Relações Exteriores russo disse que o seu país iniciará imediatamente a cooperação com o Irão assim que o embargo sobre a venda de armas expirar – o que acontecerá em outubro.
24 Setembro 2020, 21h58

A Rússia anunciou esta quinta-feira que rejeita a ameaça de imposição de novas sanções dos Estados Unidos sobre o Irão e avançou que pretende negociar com Teerão assim que o embargo de armas da ONU expirar, o que acontecerá no próximo mês de outubro. O embargo sobre a venda de armas convencionais para o Irão deve expirar em 18 de outubro, depois de os Estados Unidos não terem conseguido obter apoio para uma nova resolução da ONU.

Donald Trump disse que decidiu reinstaurar unilateralmente praticamente todas as sanções da ONU contra o Irão, levantadas sob a égide do acordo nuclear de 2015 com Teerão. Washington disse que tentará impedir o Irão de comprar tanques chineses e sistemas de defesa aérea russos, mas falando ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, considerou as ameaças ilegais.

“A Rússia de forma alguma construirá as suas políticas com base nessas ameaças ilegais agressivas”, disse Lavrov, citado pela comunicação social. E expressou esperança de que outros países que cooperam com o Irão façam o mesmo.

“O fato de os Estados Unidos ameaçarem com sanções todos aqueles que contradizerem a interpretação norte-americana da situação atual mais uma vez confirma que Washington quer comportar-se como um elefante em uma loja de porcelanas”, acrescentou Lavrov. Recorde-se que ainda esta quarta-feira, na sua intervenção na 75ª assembleia geral das Nações Unidas, o presidente chinês, Xi Pinping, também afirmou não estar interessado num mundo unilateral dirigido a partir de Washington.

“Na minha opinião, o atual governo [dos Estados Unidos] perdeu habilidades diplomáticas quase irreversivelmente”, disse Lavrov, que acrescentou que a Rússia e outros países europeus continuaram as negociações com Washington sobre o assunto.

Ainda recentemente, Trump afirmou em campanha presidencial que, se ganhar as eleições a 3 de novembro próximo, terá oportunidade de conseguir um novo acordo com Teerão, mas os analistas parece não terem ficado muito convencidos dessa possibilidade.

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