A Rússia vai reduzir a sua produção de petróleo em 500 mil barris diários, cerca de 5% da produção total. A decisão foi anunciada após a segunda fase das sanções petrolíferas à Rússia que arrancou recentemente.
A UE deixou de comprar petróleo por via marítima à Rússia (desde 5 de dezembro) e também produtos petrolíferos, como gasóleo, desde 5 de fevereiro. Ao mesmo tempo, a UE, o G7 e a Austrália, impuseram um teto de preço de 60 dólares por barril no petróleo russo negociado em todo o mundo, que é limitado através de uma série de mecanismos.
“A Rússia vai reduzir voluntariamente a sua produção em 500 mil barris diários em março. Isto vai contribuir para restaurar as relações no mercado”, disse hoje o vice-primeiro ministro russo Alexander Novak, citado pela “Reuters”.
O barril de Brent está a valorizar mais de 2,6% para mais de 86,7 dólares na manhã desta sexta-feira. O Brent já caiu cerca de 40 dólares por barril desde junho.
“A maioria dos observadores esperava redução de produção” desde as sanções da EU e o teto de preço a nível mundial e “Moscovo pode estar a tentar mostrar este corte como uma escolha, uma medida voluntária”, disse Bob McNally, presidente do Rapidan Energy Group e antigo assessor da Casa Branca.
“Duvido de que os parceiros da Rússia na OPEP+ tenham sido apanhados de surpresa e que não esperem que a redução de fornecimento altere a sua política de ‘estar quieto'”, acrescenta, citado pela “Bloomberg”.
O Kremlin disse que o sistema de teto de preços sobre o petróleo e produtos petrolíferas é uma “intervenção nas relações de mercado e uma extensão das políticas de energia destrutivas do Ocidente”, acrescentou.
A Rússia é o segundo maior produtor mundial de petróleo, apenas superado pela Arábia Saudita. Os países da OPEP+ anunciaram no final de 2022 um corte na produção de dois milhões de barris diários, reduzindo assim a oferta disponível nos mercados para os preços subirem.
Moscovo continua a poder vender petróleo a países fora da UE e do G7/Austrália, mas sujeita ao teto de preços.
As receitas petrolíferas russas têm vindo a cair, com o preço do barril de Urals (a referência para o país) a negociar nos 45 dólares, muito abaixo dos 60 dólares do teto de preço imposto pelo ocidente.
Apesar das sanções, a produção petrolífera russa tinha mostrado a sua resistência: dos 10,05 milhões de barris diários produzidos em abril de 2022, a produção subiu para 10,9 milhões de barris diários no final de 2022, tendo-se mantido neste nível ao longo de janeiro.
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