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Rússia diz que não usa baleias para espiar, mas garante ter golfinhos assassinos

A marinha russa rejeita que use baleias para espiar, mas garante que tem um centro militar para treinar golfinhos.
30 Abril 2019, 17h26

Uma história bizarra do princípio ao fim vinda das frias águas do norte da Noruega.  Uma baleia-branca, ou beluga, foi encontrada por uma embarcação norueguesa usando um arnês com espaço para colocar uma câmara tipo GoPro e uma etiqueta a indicar que o animal teria origem em São Petersburgo na Rússia, noticia a BBC.

Um pescador que seguia na mesma embarcação conseguiu remover o arnês do animal, que não continha nenhuma câmara, com peritos noruegueses a considerarem que a baleia terá sido treinada pela Marinha russa.

O biólogo marinho norueguês Audun Rikardsen, que também seguia a bordo, contou à BBC que uma colega russa contou-lhe que a marinha daquele país tem apanhado e treinado baleias brancas.

A Rússia tem uma base naval a 415 quilómetros da ilha norueguesa de Ingoya, onde o animal foi avistado, segundo a BBC. A base de Murmansk é onde a frota naval da marinha russa está sediada.

Apesar de já ser peculiar, a história começa a ficar ainda mais bizarra quando os russos reagiram oficialmente a acusações de que o animal estaria a ser para fins de espionagem.

“Se estivéssemos a usar animais para espionagem, acham que iriamos colocar um número de telefone com a mensagem ‘ligue para este número’?”, disse o coronel Viktor Baranets.

“Mas temos golfinhos militares que usamos para papéis de combate, isso não escondemos. Em  Sebastopol (na Crimeia) temos um centro para golfinhos militares, treinados para resolver várias tarefas: desde analisar o fundo do mar a proteger um troço de água, assassinar mergulhadores estrangeiros, colocar minas nos cascos de navios estrangeiros”, afirmou o coronel em declarações à televisão russa Govorit Moskva.

O biólogo Audun Rikardsen disse que “as belugas, à semelhança dos golfinhos e das baleias assassinas, são muito inteligentes – elas são animais do Ártico e são bastante sociais, podem ser treinadas como um cão”. “A baleia veio aos barcos, repetidamente, por dois ou três dias, à procura de comida com a boca aberta”, acrescentou na sua entrevista à BBC.

No entanto, os russos não são os únicos a usar animais aquáticos para a sua proteção. Durante a Guerra Fria, a Marinha norte-americana treinou golfinhos e leões-marinhos para localizar minas e outros objetos que colocassem em perigo a vida dos combatentes.

 

 

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