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Rússia e Ucrânia trocam prisioneiros e ataques de drones

Nem a maior troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia (mil para cada lado) fez parar os ataques de cada um dos países beligerantes às capitais inimigas. Moscovo e Kiev estiveram sob forte pressão ao longo do fim-de-semana.
26 Maio 2025, 07h00

Em princípio, a troca de prisioneiros entre dois países que se encontram em guerra seria um sinal de que as duas partes têm uma base de entendimento (ou querem construir uma) que está para além das contingências da guerra. Aparentemente, entre a Rússia e a Ucrânia não é nada disso que se passa: ao mesmo tempo que os prisioneiros são libertados e regressam aos seus países (ostentando largos sorrisos), os seus comandantes mandam atacar sobre o inimigo como se não houvesse qualquer diálogo entre ambos.

Entre o primeiro e o segundo dia de troca de prisioneiros (mil russos e mil ucranianos regressaram a casa), a Rússia organizou um ataque maciço de drones e mísseis que atingiram pela segunda noite consecutiva a capital ucraniana, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo 60. De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia atingiu o país com 298 drones e 69 mísseis, o que faz deste o maior ataque aéreo da guerra que dura há mais de três anos. Yuriy Ihnat, porta-voz da Força Aérea ucraniana, afirmou que a Rússia utilizou drones Shahed de conceção iraniana.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky condenou os ataques, afirmando que os mísseis e drones russos atingiram mais de 30 cidades e aldeias em toda a Ucrânia, entre elas Odessa e Kharkiv. O ataque coincide com o Dia de Kiev, um feriado municipal comemorado no último domingo de maio.

Do seu lado, e segundo a imprensa ucraniana, Kiev lançou um ataque de drones contra Moscovo, após o ataque em larga escala da Rússia à Ucrânia durante a noite anterior. Vários drones ucranianos foram abatidos pelas defesas aéreas russas ao aproximarem-se de Moscovo, afirmam as mesmas fontes. Os aeroportos Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky, na região de Moscovo, foram fechados cerca de duas horas.

Nas últimas semanas, Kiev intensificou os seus ataques a Moscovo, lançando centenas de drones kamikazes em direção à capital russa. Embora nenhum deles pareça ter chegado a Moscovo, os ataques causaram interrupções significativas no tráfego aéreo. A imprensa ucraniana afirma que já houve desde 1 de janeiro deste ano 218 encerramentos de aeroportos russos, motivados pelos ataques da Ucrânia – sendo que a informação original surge no jornal russo ‘Novaya Gazeta’.

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