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Salesforce entrega 23 milhões a escolas e instituições educativas para preparar talentos do futuro

A tecnologia está a mudar os empregos e vai continuar a fazê-lo, à medida que se desenvolve. Há trabalhos que não têm necessariamente de acabar, mas passarão a ter outras funções. “Se o trabalho for um conjunto de tarefas, mudam-se as tarefas para se manter o trabalho”, diz a presidente de Pessoas da tecnológica norte-americana. O sucesso passa também pela base: as crianças e jovens.
Margarida Grossinho
18 Setembro 2024, 23h27

A tecnologia está a mudar os empregos e vai continuar a fazê-lo, à medida que se desenvolve e que os investimentos atingem os milhares de milhões (ver edição impressa do JE amanhã nas bancas). Há trabalhos que não têm necessariamente de acabar com a evolução dos algoritmos, mas passarão a ser caracterizados por outras funções. Para garantir que os talentos estão preparados para o futuro, a chave é olhar para a base: as crianças e jovens que ainda estão nas escolas a decidir o rumo da sua carreira.

É por esse motivo que a tecnológica norte-americana Salesforce anunciou esta semana, na conferência Dreamforce 2024, uma doação de 23 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de euros) para agrupamentos de escolas e instituições de educação sem fins lucrativos nos Estados Unidos para “equipar” os alunos com os conhecimentos necessários para o futuro – o seu e o das empresas, que caminham sempre lado a lado. Paralelamente, o CEO da Salesforce, Marc Benioff, e a mulher, Lynne Benioff, deram outros três milhões de dólares (2,7 milhões de euros) à ONG DonorsChoose para apoiar escolas públicas havaianas.

A presidente e Chief People Officer da Salesforce disse esta quarta-feira que a empresa de CRM – Customer Relationship Management está “muito focada nas capacidades do futuro”. “Por vezes, é tudo uma questão de aprendizagem e requalificação. Sabemos que a aprendizagem é uma metacapacidade”, afirmou Nathalie Scardino, numa sessão da conferência que decorre até amanhã, em São Francisco.

Questionada sobre o que vai acontecer aos empregos, a chamada “pergunta da praxe” que é inevitável, Nathalie Scardino foi pragmática: “Se as funções mudam, os trabalham mudam”. A história das profissões mostra-nos essa metamorfose naquilo que praticamente cada um de nós faz e, há poucos anos através, não havia sequer cargos apenas destinados a redes sociais, marketing digital ou e-commerce, exemplificou. E antes disso nem as redes sociais, os sites ou os marketplaces existiam.

“Acontece quando começamos a automatizar o trabalho que é manual. Nós estamos a contratar para trabalhos para os quais não contratávamos há meses”, denota. “Se o trabalho for um conjunto de tarefas, mudam-se as tarefas para se manter o trabalho”, concluiu a especialista em recursos humanos, num debate moderado por Mick Costigan, vice-presidente da equipa de Futuro na Salesforce, e no qual participou também Ben Kus, diretor de Tecnologia da Box.

A CEO do Slack defendeu que “é muito importante” as organizações definam guidelines para a utilização da IA: onde se pode utilizar algoritmos, para que objetivos, etc. “Sou otimista em relação a isto. Os empregos vão mudar, mas teremos mais tempo para explorar outros problemas”, referiu Denise Dresser, no mesmo painel de debate.

Numa intervenção com comentários e argumentos científicos, baseados na investigação interna da tecnológica, Denise Dresser explicou que as empresas que são bem-sucedidas nesta área são as que têm guias com orientações claras sobre a utilização da tecnologia. Mais: que fazem o onboarding dos trabalhadores com este alinhamento para o digital, porque ainda há uma percentagem significativa dos profissionais não sentem que a IA aumente a produtividade.

*A jornalista viajou aos EUA a convite da Salesforce

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