O investimento no futuro de qualquer sociedade passa sempre pelo seu sistema educativo e pela prioridade dada nos programas governativos. É necessário um investimento contínuo numa área que não é estática. Se por um lado temos em andamento a conclusão de duas novas escolas na Região, devemos em simultâneo concentrar esforços no combate ao abandono escolar precoce que atinge os 23% e onde abranda a pouco e pouco a adesão ao ensino profissional.
É necessário um investimento contínuo na educação, disso ninguém duvida. O problema que se apresenta hoje é ao nível da sustentabilidade, isto porque todo e qualquer investimento na rede de ensino regional, inclusive numa eventual melhoria das condições da Universidade da Madeira, irá revelar-se uma aposta que não consegue absorver posteriormente os jovens que estão prontos para ingressar no mercado de trabalho sem nunca deixar de frisar que hoje existem cursos que levam muitos jovens ao centro de emprego existindo um claro desajustamento da realidade laboral face à oferta de ensino.
Todo o percurso escolar, concluído com sucesso, significa uma de três coisas: o ingresso no mercado de trabalho, mesmo não sendo na área de formação, o desemprego ou ainda a procura de oportunidades noutras paragens. Com isto, perde a Região que vê fugir mão de obra qualificada e ao mesmo tempo, uma oportunidade de começar a inverter a pirâmide etária, onde registamos uma média de 120 idosos a cada 100 jovens.
Existem medidas capazes de atenuar esta tendência e a melhor delas não depende da vontade própria da Região.
O diferencial fiscal da costa norte da Madeira e Porto Santo, recentemente chumbado em sede de Orçamento de Estado pelo Partido Socialista, seria sem dúvida um incentivo enorme para a fixação das populações em zonas onde o despovoamento começa a ganhar contornos preocupantes. Este incentivo directo às empresas fomentaria a criação de emprego e poderia absorver muita população activa que não vê alternativa ou futuro na Região. A atribuição das ferramentas necessárias para o desenvolvimento do tecido empresarial é a chave para o progresso local que alguns teimam em não aceitar.
Outra das medidas, que permitiria não só a fixação dos jovens bem como a revitalização da função pública regional, passaria por um pacote de pré-reformas que já existe, faltando apenas a adaptação da mesma à Região. Isto não implica, contudo, “correr” com quem deu muito de si durante anos de serviço, mas dar a oportunidade de viver uma vida que a idade fixada actualmente para a reforma não permite. Existe quem não queira terminar o seu vínculo laboral, mas a maioria, por vontade própria e sem penalizações de maior, estaria a gozar os muitos anos de descontos.
Aproveito para desejar a maior sorte a todos os estudantes que dentro de pouco tempo vão viver uma nova etapa na sua vida após a conclusão do ensino secundário.
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