O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, perspetivou hoje um ano económico “muito difícil” para 2023 devido ao constante aumento de preços, que terá forte repercussão no orçamento municipal.
“Todos os dias me chegam à secretária pedidos de revisão de preços [de empreitadas] de 20 a 30 por cento, quase todos de 30 por cento”, enfatizou o autarca eleito pelo movimento Figueira a Primeira, na reunião desta tarde da Assembleia Municipal.
Santana Lopes mencionou também o aumento “escandaloso” de quatro vezes a taxa base do custo da tarifa de tratamento dos resíduos sólidos urbanos a pagar à Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro (ERSUC), cujo acionista base é privado.
Para o autarca, esta situação é um “escândalo decidida pela entidade reguladora, que tomou uma decisão inacreditável”, lamentando que ainda não se tenha realizado uma reunião com o ministro do Ambiente para debater a questão, depois de todos os municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra terem decidido que não pagam a atualização daquela tarifa.
“O aumento dos custos das matérias-primas dos fornecimentos dos bens e serviços são muitíssimo pesados e, portanto, esse orçamento com que vamos ter de lidar no ano que vem, vai ser muitíssimo difícil”, enfatizou.
Na sessão, e após ser confrontado com o reforço da rubrica da autarquia para as festas de Natal e passagem de ano, com uma dotação de cerca de meio milhão de euros, o presidente da Câmara da Figueira da Foz esclareceu que o montante se deveu a “uma soma de parcelas”.
“Foi um disparate esta alteração orçamental ter ficado com 500 mil euros. É evidente que, num ano como este, não podemos nem vamos gastar este valor, nem nada que se pareça”, afirmou Santana Lopes.
Segundo o autarca, o município “vai gastar menos do que em qualquer dos últimos anos anteriores, que possam ser comparados”.
Dirigindo-se aos deputados municipais, Santana Lopes mostrou-se disponível para não investir em iluminações de Natal, nem na festa de passagem de ano, se esse for o entendimento da oposição, que está em maioria na Câmara e Assembleia Municipal.
O líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, João Portugal, mostrou-se disponível para um pacto que leve à aprovação do próximo orçamento municipal, já que detém a maioria dos deputados municipais.
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