O Banco Santander Totta foi o banco alvo de mais reclamações de investidores recebidas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no primeiro semestre do ano. O regulador dos mercados recebeu 228 novas reclamações de investidores, segundo revela o relatório estatístico do regulador publicado esta quinta-feira.
No grupo de instituições financeira com mais de 30 reclamações estão ainda o Banco Comercial Português (37) e a Caixa Geral de Depósitos (31). Na ponta oposta estão o Banco de Investimento Global e o Banco ActivoBank, com apenas duas.
O principal tipo de instrumento financeiro objeto de reclamação foram as ações (34%), sendo que a CMVM sublinhou no relatório o aumento do peso relativo das reclamações relativas a fundos de investimento, a fundos de pensões e a seguros ligados a fundos de investimento (unit linked).
A principal causa de reclamação foi a qualidade da informação prestada ao investidor e a avaliação do carácter adequado da operação aos seus conhecimentos e experiência em matéria de investimento (30%).
CEMG com percentagem mais elevada de reclamações corretas
Entre o número de reclamações concluídas no mesmo período, o Best – Banco Eletrónico de Serviço Total foi o banco com maior número, com 48 reclamações. O grupo de instituições financeiras com mais de 30 reclamações concluídas inclui ainda o BCP (37), o Santander Totta (36), a Caixa Geral de Depósitos (34) e Barclays (31).
Apesar de liderar o número de reclamações, o Best está também no grupo dos bancos que mais vezes teve razão em detrimento do investimento reclamante, segundo mostram as conclusões da CMVM. A percentagem de reclamações ao Best com conclusão favorável ao reclamante foi de apenas 2,1%.
O peso do insucesso é apenas superado pelo Banco Carregosa, pelo Banco Popular Portugal, pelo Santander Totta Seguros e pelo ActivoBank que registaram, juntos, 11 reclamações e tiveram razão em todos dos casos.
Na ponta oposta está a Caixa Económica Montepio Geral. Neste caso, houve apenas seis reclamações, mas a CMVM considerou-as corretas em 83,3% dos casos. Segue-se a Caixa – Banco de Investimento, que teve razão em metade dos casos. O terceiro lugar do pódio é partilhado pelo Banco BIC Português e pelo Banco de Investimento Global, sendo que, para ambos, os investidores reclamantes tiveram conclusões favoráveis em 33,3% dos casos.
Falta de qualidade da informação forma base de resposta não-adequada
A CMVM explicou que quatro entidades reclamadas registaram reclamações em que, apesar de a CMVM ter considerado, no âmbito do tratamento das mesmas, que existiam indícios de incumprimento das normas legais aplicáveis aos casos concretos, optaram por não concordar com a conclusão da CMVM e entenderam que a pretensão do reclamante não era devida.
Cerca de dois terços das reclamações em que a CMVM considerou não adequada a resposta da entidade reclamada incidiram sobre a qualidade da informação prestada aos investidores (tanto pré como pós-contratual) na comercialização de obrigações estruturadas.
No que se refere ao número de reclamações recebidas na CMVM, a maioria das entidades reclamadas registou uma redução no número de reclamações apresentadas contra si, tendo apenas uma entidade registado um aumento no número de reclamações recebidas no período.
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