Santander Totta com lucros de 229 milhões, mas com queda das receitas

O Banco liderado por António Vieira Monteiro é o último a apresentar resultados semestrais. O Santander Totta teve lucros de 228,9 milhões de euros, mais 16,7% do que no período homólogo do ano anterior.

A margem financeira caiu 8,3% para 338,4 milhões de euros. As comissões subiram 5% para 166,5 milhões. E o produto bancário caiu 10,8% devido à queda da margem e à venda menor de dívida pública portuguesa face a junho do ano passado.

António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta reconhece que os números podem melhorar. “Espero ver-vos em outubro e na altura com melhores resultados”, disse em jeito de despedida informal o presidente do banco. Isso dá uma ideia do que foram os resultados do bancos: fracos na operação core.

Os resultados de exploração caíram 12,6% num ano para 288 milhões de euros.

O melhor do banco foi o custo do risco de crédito que caiu de 0,25% para 0,09%, o que traduz uma melhoria da qualidade da carteira de ativos. Uma vez que este rácio mede o peso das imparidades no total da carteira.

O crédito em risco pesou 4,46% o que equivale a melhorias de 2,46 pontos base face a junho homólogo. O crédito reestruturado pesa 8,6% do total e o reestruturado não incluido no crédito em risco é de 6,3% do total.

“A evolução das imparidades e provisões, no semestre, reflete a melhoria da situação económica  e a estabilização em níveis baixos  das entradas em incumprimento no crédito”, diz o banco.

A evolução da carteira de crédito continua a ser influenciada pelas vendas de créditos e de write-offs (imparidades a 100%). Ajustada desse efeito a carteira de crédito cresceu 0,6% face ao valor registado no final do primeiro trimestre de 2017, diz o banco.

O Santander Totta tem imóveis por recuperação de crédito em stock, no valor de 200 milhões de euros, e no semestre vendeu 33 milhões de euros de imóveis.

O cost-to-income, rácio de eficiência, que tradicionalmente era o ponto forte do banco do Santander em Portugal, subiu de 46,7% para 47,6%, estando já abaixo do BCP. Embora o Santander Totta só tenha atividade doméstica.

O banco reduziu os custos operacionais em 9% para 261,5 milhões de euros. Aqui os custos com pessoal caíram 5,5%.

A evolução dos novos créditos a empresas e habitação mantem-se muito dinâmica, correspondentes a quotas de mercado de produção que ascendem a 17% e a 19,4%, até ao fim de maio diz o Banco Santander Totta.

Os depósitos captados chegaram aos 27,6 mil milhões de euros, subindo 0,6%s em relação a junho do ano passado e subiu 1% face a março deste ano.

Esta rubrica integra-se na de recursos de clientes que subiram 1,8% face ao período homólogo (para 32,3 mil milhões)e 1,7% face ao trimestre anterior.

O rácio de capital Common Equity Tier 1 ascendeu a 15,8% e na versão fully loaded foi de 15,7%.

O rácio de transformação de depósitos em crédito é alto em comparação com os seus pares, mas o rácio de liquidez  (LCR) está nos 221%, o que compara bem.

(Atualizada)