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Santos Silva admite mecanismo paralelo à Covax de doação de vacinas pela UE

Face à desigualdade na distribuição das vacinas contra a Covid-19, o chefe da diplomacia nacional reconhece que talvez seja mais eficiente os países europeus doarem aos seus parceiros dos Balcãs, da Europa de Leste, Médio Oriente, Norte de África e África Subsaariana uma pequena parte das vacinas asseguradas através do mecanismo comum de encomenda.
17 Fevereiro 2021, 15h45

A desigualdade na distribuição das vacinas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento pode levar a UE a avançar com um mecanismo de doação paralelo ao Covax, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português esta quarta-feira.

Perante o “paradoxo” na distribuição das vacinas e a discrepância nas quantidades encomendadas e entregues, Santos Silva defendeu que talvez seja mais eficiente criar um mecanismo paralelo ao Covax através dos quais os países europeus enviem para zonas mais desfavorecidas parte das vacinas asseguradas.

“A Comissão e a União Europeia foram as principais inspiradoras do mecanismo Covax, do mecanismo para obter financiamento para a distribuição universal da vacina. A Covax neste momento tem o dinheiro, mas não tem doses para comprar”, revelou Santos Silva. Assim, o ministro defende uma alternativa mais expedita.

“Quanto ao mecanismo adicional, não é dentro da Covax, mas sim paralelo. Esse mecanismo é muito simples, é de doação de parte das vacinas”, explicou, apontando para um valor de aproximadamente 5% da quantidade dos fármacos recebidos em Portugal poderia ser canalizado para os países extracomunitários com maior dificuldade a aceder a estes bens.

No caso da África Subsaariana, Santos Silva diz mesmo que a insistência de Portugal para que estes países fossem abrangidos pela solidariedade europeia foi determinante.

Ainda assim, mesmo na Europa o processo de distribuição tem encontrado dificuldades que mereceram reparos. O ministro destacou a “maior encomenda” feita à AstraZeneca por razões logísticas, dado que a inoculação do laboratório anglo-sueco não envolve as cadeias de ultrafrio que, por exemplo, a vacina da Pfizer ou da Moderna necessitam, e pelo maior intervalo entre as duas doses.

Apesar das dificuldades no abastecimento, que foram resultado de um “entendimento geograficamente limitado” pela farmacêutica quanto à organização da produção entre as suas fábricas na Europa continental e no Reino Unido, o chefe da diplomacia portuguesa garante que “a nossa meta continua a ser a mesma, a de vacinar 70% da população adulta até setembro”.

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