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Santos Silva: Bloco e PCP estão a pôr em causa “sustentabilidade” da geringonça

O ministro dos Negócios Estrangeiros deixou fortes críticas à “coligação negativa” que aprovou o descongelamento da carreira dos professores, em particular aos dois partidos que fazem parte da geringonça.
3 Maio 2019, 10h58

São palavras muito duras de Augusto Santos Silva contra a “coligação negativa” que aprovou a recuperação total do tempo de serviço dos professores. O ministro dos Negócios Estrangeiros criticou particularmente os dois partidos que apoiam o Governo do PS no Parlamento: Bloco de Esquerda e PCP.

“No âmbito desses acordos [de solução governativa], estes partidos viram o Partido Socialista ceder em posições importantes para acolher as suas propostas”, começou por dizer o ministro esta sexta-feira, 3 de abril, em declarações aos jornalistas esta sexta-feira.

Agora, com a aprovação da recuperação do tempo de serviço dos professores, Bloco e PCP estão a “por em causa a sustentabilidade desta solução, em coligação negativa com as forças da direita”, segundo o ministro. O descongelamento dos 3.411 dias exigidos pelos sindicatos dos professores vai ter um custo acima dos 600 milhões de euros. O Governo destaca que, a aprovar o descongelamento para os professores, venha a ser necessário aprovar o descongelamento para outras classes profissionais.

“É injusto, do meu ponto de vista, por uma razão simples: nós asseguramos o compromisso de acabar com os cortes nos salários, os cortes nas pensões, a sobretaxa do IRS. Assumimos e cumprimos descongelar as carreiras na administração pública. Todas elas estão agora a progredir normalmente. Mas se compensarmos os professores pelas perdas que eles sofreram durante a crise por que não compensamos os pensionistas pelas perdas que tiveram durante a crise ou os restantes assalariados, que viram os seus salários cortados ou os contribuintes que tiveram de pagar IRS a mais”, disse Augusto Santos Silva.

O ministro também disse lamentar que “haja forças políticas que continuem a desvalorizar o esforço que o país todo fez para pôr as contas públicas novamente em ordem”. “Para mim, não é nada artificial tratar da saúde das contas públicas, das condições de recursos que temos para que as escolas e os transportes públicos funcionem e assim por diante. Não se trata de dramatização nem teatro. Trata-se de ser responsável. Lamento que, neste momento, só o PS esteja numa posição responsável. Estou certo de que os outros partidos acabarão por chegar também a uma posição responsável”, argumentou.

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