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Sarampo: epidemia está a afetar quase toda a Europa

Só Malta ainda não registou qualquer caso em 2018. França, Roménia, Grécia e Itália continuam a ser os países mais afetados, tal como no ano passado. Em Portugal, atual surto de sarampo atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos do ano passado.
28 Março 2018, 14h57

Os dados mais recentes relativos a Portugal apontam para 76 casos confirmados, a maioria deles com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto. Destes, 62 doentes já se encontram curados. De acordo com a Direção Geral da Saúde, 177 casos foram dados como negativos e 28 ainda estão em investigação.

O atual surto de sarampo em Portugal atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos do ano passado e fez com que, num ano, se registasse uma centena de casos num país considerado pela Organização Mundial da Saúde, em 2016, zona livre da doença.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), desde o início de 2018 dezanove países reportaram mais de 2400 casos de sarampo, sendo a Grécia, a Roménia, a França e a Itália os países mais afetados. Na Grécia e em França verifica-se um aumento acentuado do número de casos em 2018, com valores que se aproximam do total de casos registados em todo o ano anterior.

O caso mais preocupante é mesmo o da Grécia, que registou, até dia 4 de março, mais de 1000 casos e a morte de uma mulher de 35 anos. A maioria dos casos ocorreu no sul do país entre crianças de etnia cigana e gregos adultos entre 25 e 44 anos de idade. Foi ainda reportado nos meios de comunicação social um caso de um profissional de saúde de 45 anos internado numa unidade de cuidados intensivos por complicações da doença.

Em França, os dados recolhidos desde o início de novembro e até ao dia 12 de março, dão conta de 913 casos da doença, a maioria deles na região de Nouvelle-Aquitaine, no Oeste do país.

Na Roménia, a situação é igualmente preocupante. Depois de ter registado mais de 10 mil casos no passado, em 2018 já contraíram a doença 757 pessoas – 3 delas morreram.

Na República Checa, o sarampo está a castigar seriamente a população mais jovem. Já há 23 casos em crianças com menos de 17 anos e as autoridades de saúde checas estão à espera que surjam mais infetados.

Já foram reportados 42 casos no Reino Unido, os mesmos que agora estão confirmados em Portugal. As autoridades de saúde alemãs também já atualizaram os seus números e dão agora conta de 33 casos da doença em território germânico.

Em Itália, a epidemia de sarampo espalhou-se a praticamente todo o país. Estão já confirmados 164 casos em 12 regiões – 2 pessoas já perderam a vida.

Dos países analisados – e excluindo a Suíça e alguns países dos Balcãs que não disponibilizam informação -, só Malta não registou nenhum caso de sarampo.

Em 2017 foram reportados 14.451 casos de sarampo (que resultaram em 36 mortes) em 30 países da União Europeia e Espaço Económico Europeu, sendo que este valor é três vezes superior ao número de casos notificados em 2016 (4643).

Os países que reportaram mais casos em 2017 foram a Roménia (10623), a Itália (4991), a Grécia (1463) e a Alemanha (926). A maior incidência de casos ocorreu em crianças com menos de um ano de idade e 45% dos casos de sarampo com idade conhecida tinham 15 ou mais anos de idade. Dos 13.783 casos com estado vacinal conhecido, 87% não estavam vacinados, 8% estavam vacinados com dose única, 3% com duas ou mais doses e 2% com um número desconhecido de doses.

Como se transmite o sarampo?

A Direção-Geral da Saúde recorda que o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes e até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 e 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

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