A Savannah Resources ainda tem entre 50% a 75% do lítio da sua produção na mina do Barroso em Vila Real para vender.
Uma parte já está destinada à refinadora alemã AMG, depois de ter chegado a acordo em 2024, mas o restante ainda terá de ser colocado. A parceria prevê que a AMG receba 25% da produção durante cinco anos.
“Temos trabalhado com outros parceiros potenciais”, disse o presidente-executivo da companhia Emanuel Proença.
A ideia é vender antecipadamente a produção do projeto de Boticas para conseguir ter uma previsão de receitas durante um determinado período, o que é essencial para obter o melhor financiamento possível para o projeto.
Da produção anual prevista de 190 toneladas de lítio, a companhia prevê colocar até 100 mil toneladas por ano na refinaria da AMG (entre 20 mil a 100 mil toneladas por ano), com outra parte destinada a uma refinaria em Portugal ou Espanha. Outras 50 mil toneladas destinam-se a outras refinarias de lítio, e o restante destina-se à cadeia de valores de baterias na União Europeia ou próximas da região.
A mineira britânica também destacou que o projeto estará operacional em 2027, um “momento ideal em termos de necessidades do mercado global e os imperativos estratégicos e geopolíticos da União Europeia”.
A companhia está neste momento à procura de um parceiro para financiar o projeto, esperando fechar o acordo definitivo em 2026. “O mais cedo quanto os envolvermos melhor”, disse, por sua vez, o administrador financeiro Henrique Freire, com a companhia a trabalhar neste momento para assegurar o ‘project finance’.
O ano de 2026 vai ser decisivo pois é quando a companhia espera obter a autorização final ambiental, tomar a decisão final de investimento, fecho de parcerias estratégicas e arrancar com a construção.
Na União Europeia, existe apenas um projeto de lítio num estado mais avançado, o Keliber na Finlândia que arranca em 2026, um ano antes da mina do Barroso, com a companhia a não reconhecer concorrentes à altura na UE, além deste.
“Portugal vai desempenhar um papel muito importante. Estaremos aqui para certificar que Portugal faz o seu papel”, disse Emanuel Proença numa chamada com analistas.
A Savannah prevê um investimento de 280 milhões de dólares neste projeto, com a criação de 300 postos de trabalho diretos, produzindo o suficiente para fabricar 500 mil baterias por ano.
A companhia destacou como oportunidades a fábrica de baterias da chinesa CALB em Sines, um investimento de 2 mil milhões de euros, e investimentos de 10 mil milhões em Marrocos, da chinesa Gotion High Tech que prevê construir uma fábrica de baterias no valor de 6,5 mil milhões de dólares, e outro da COBCO, consórcio sino-marroquino que também pretende abrir uma fábrica de baterias na ordem dos 2 mil milhões de dólares.
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