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“Se a linha orientadora não for a correta, o esforço é inglório”, diz dirigente do CDS-PP

O presidente da concelhia de Sines do CDS-PP, Paulo Freitas, considera que a estratégia e a postura de Assunção Cristas não foram as adequadas e levaram à não-eleição de Nuno Magalhães para deputado pelo círculo de Setúbal.
7 Outubro 2019, 18h07

O presidente da concelhia de Sines do CDS-PP, Paulo Freitas, considera que a demissão da presidente democrata-cristã, Assunção Cristas, foi “digna”, tendo em conta que a linha orientadora não foi “correta”. Paulo Freitas considera que a estratégia e a postura de Assunção Cristas não foram as adequadas e levaram à não-eleição de Nuno Magalhães para deputado.

“Sei que Assunção Cristas deu o seu melhor, mas como afirmei, se a linha orientadora não for a correta, o esforço é inglório. A sua saída ao menos foi digna. Necessitamos de outro líder. Que defenda os princípios. Que recupere bandeiras. As linhas programáticas terão de ser assertivas e diretas”, escreve Paulo Freitas, numa mensagem publicada na rede social Facebook.

O dirigente do CDS-PP considera que “o Parlamento é mais à esquerda do que já era” e lembra que há direita “já há concorrência”. “O CDS-PP é de Direita. Ponto final. Não dá para agradar a todos, tal como o outro lado também não agrada a todos. Há pilares que tem de ser defendidos, custe o que custar, pois é isso que esperam de nós”, explica.

Paulo Freitas nota ainda que “há algo que muitos esquecem”: “o partido não é de uma pseudo elite; é das bases e são as bases que são o alicerce do partido”. “Não há concelhias em todos os concelhos do país, e sei de casos em que há afastamento de militantes. A presença e poder local são a base para os desafios de governação”, considera o democrata-cristão.

O democrata-cristão conta ainda que escreveu uma carta, logo após as eleições europeias de maio, “a criticar a estratégia e a postura da líder, e que não previa que as legislativas fossem correr bem, senão houvesse mudança nas linhas orientadoras”. No entanto, não houve mudança.

“Tem de se conseguir arrepiar caminho. Ir buscar novas caras que se identifiquem. Aqueles que se afastaram. E trazer todos os cristãos para esta que é a sua casa. Não é a CDU, BE e PS que são a vossa casa. É o CDS”, afirma, acreditando ainda que “o CDS irá recuperar e afirmar-se novamente”.

Paulo Freitas lamenta ainda que o deputado Nuno Magalhães, que foi líder da bancada centrista desde 2011. “O CDS-PP perdeu o seu deputado pelo distrito de Setúbal, Nuno Magalhães. O distrito perde um deputado experiente, conhecedor e pró-ativo. É uma perda enorme”, afirma.

Nas eleições legislativas deste domingo, os democratas-cristãos tiveram 4,2% dos votos, o pior resultado de sempre do CDS-PP em legislativas. O grupo parlamentar, até agora composto por 18 deputados, vai passar a contar com apenas cinco deputados (João Almeida, Assunção Cristas, Ana Rita Bessa, Cecília Meirelles e Telmo Correia). Depois de ter anunciado a demissão da liderança do CDS-PP, a líder centrista não revelou, no entanto, se se vai manter como deputada na Assembleia da República.

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