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Sean Connery, vencedor de um Óscar e primeiro James Bond, morre aos 90 anos

Morte do ator escocês foi confirmada pela família. Além de interpretar sete vezes o agente secreto com licença para matar, Sean Connery trabalhou com realizadores como Alfred Hitchcock, Steven Spielberg e Brian De Palma ao longo de décadas de carreira.
31 Outubro 2020, 13h24

Sean Connery, que venceu o Óscar de Melhor Ator Secundário por “Os Intocáveis” em 1988, mas era indissociável da personagem de James Bond, morreu neste sábado, aos 90 anos, segundo foi noticiado pela BBC, que citou fonte familiar. Entre 1962 e 1983 o ator escocês interpretou sete vezes o agente secreto britânico com licença para matar criado por Ian Fleming, sendo o primeiro a apresentar-se como “Bond, James Bond”, em “007 – Agente Secreto”.

Segundo o seu filho, Jason Connery, o ator morreu durante o sono, rodeado pela família, na sua casa em Nassau, nas ilhas Baamas. Estaria doente há alguns anos, tendo sido visto publicamente pela última vez em 2017, e haverá lugar a uma cerimónia fúnebre só para os mais próximos, ficando uma homenagem pública adiada “para quando a pandemia tiver acabado”.

Entre as muitas reações no mundo do cinema, Daniel Craig, o mais recente ator a interpretar James Bond, comentou que Connery “definiu uma era e um estilo”, prevendo que a sua influência continuará a ser sentida durante muitos anos.

Considerado o “homem mais sexy do mundo” pela revista “People” em 1989, quando estava à beira dos 60 anos, Sean Connery fez o último filme da carreira em 2003, protagonizando “Liga de Cavalheiros Extraordinários”, limitando-se desde então a servir de narrador em documentários e a dar voz a uma personagem do filme de animação “Sir Billi”. Em todos esses casos tirou partido do inconfundível sotaque escocês, sendo a independência da sua terra natal em relação ao Reino Unido uma das causas em que se empenhou nas últimas décadas. Numa reação emotiva à notícia da sua morte, a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, garantiu ter “ficado com o coração partido”.

Mesmo tendo ficado extremamente conotado com James Bond, Sean Connery também trabalhou com realizadores como Alfred Hitchcock (em “Marnie”), reinventando-se nos anos 1980, graças a êxitos como “Duelo Imortal” (1986), “O Nome da Rosa”(1986) e “Os Intocáveis” (1987), realizado por Brian De Palma, em que a sua interpretação de um polícia empenhado na luta contra Al Capone foi recompensada com uma estatueta dourada pela Academia de Hollywood. A renovada popularidade levou a que Steven Spielberg o escolhesse para ser o pai do arqueólogo mais famoso da sétima arte, em “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989).

Apesar de ter sido George Lazenby a interpretar James Bond em “007 – Ao Serviço de Sua Majestade”, filme que teve cenas no Palácio Estoril Hotel e chegou às salas de cinema em 1969, duas décadas mais tarde o ator rodou em Lisboa parte de “A Casa da Rússia”, thriller político no qual contracenava com Michelle Pfeiffer.

Natural de Edimburgo, onde nasceu a 25 de agosto de 1930, Sean Connery alistou-se na Marinha ainda menor de idade e dedicou-se ao culturismo antes de enveredar pela representação. Do teatro passou para a televisão e da televisão para o cinema, tornando-se uma lenda da sétima arte e acabando por receber o título de “Sir” da rainha Isabel II de Inglaterra apesar de ser um nacionalista escocês.

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