[weglot_switcher]

Setor automóvel e farmacêutico elogiam investimento captado pela AICEP

Representando quase dois terços dos 420 milhões anunciados pelo ministro da Economia, os ramos dos componentes automóveis e farmacêutico destacam a sua importância na economia nacional, com a AFIA a mostrar esperança que o montante ajude a repor os postos de trabalho destruídos no ano transato.
indústria
7 Janeiro 2025, 07h00

O ministro da Economia anunciou recentemente a captação de 420 milhões de euros de investimento direto estrangeiro (IDE) em seis sectores chave, com destaque para o automóvel, que reúne mais de metade do montante global em apenas três projetos. Este anúncio torna-se ainda mais relevante dado o contexto internacional de elevada incerteza e, embora com maior impacto previsto do lado tecnológico, os fabricantes de componentes automóveis mostram esperança de que venha a repor os postos de trabalho perdidos no último ano.

Pedro Reis, ministro da Economia, anunciou no programa ‘Conversa Capital’, da Antena 1 e ‘Jornal de Negócios’, que o país havia conseguido contratualizar 420 milhões de euros em investimento focado em seis áreas vistas como chave para o desenvolvimento económico nacional: os sectores automóvel, farmacêutico, semicondutores, tecnologias da informação, plásticos e madeira. A expectativa é que tal resulte na criação de mais de mil postos de trabalho diretos, com a possibilidade de mais 600 trabalhadores altamente qualificados afetos a atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico.

“Este conjunto importante de investimentos contratualizados, em sectores estratégicos e com criação forte de emprego qualificado, é uma prova de confiança dos investidores na economia portuguesa e uma aposta no nosso futuro”, sublinha o ministro em comunicado.

Dos cinco projetos destacados pela tutela, três reportam ao sector dos componentes automóveis, representando 53% do valor agora anunciado. Em detalhe, a Amkor Technology conseguiu 150 milhões “para aumento da capacidade da unidade fabril da sociedade localizada em Vila do Conde”, a West Horse Powertrain Portugal captou 47 milhões de euros para igual objetivo na sua unidade de produção em Cacia, enquanto a Bosch Car Multimedia angariou 26 milhões para o “desenvolvimento de soluções inovadoras de tecnologia e de eletrónica”.

Perante este anúncio, José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), expressa o seu contentamento por ver “alguns investimentos que estavam na carteira a ser concretizados”, dado que conferem maior competitividade internacional aos produtores portugueses.

Tal é ainda mais importante numa altura em que se prevê que os produtores da região continuem a diminuir a capacidade instalada, ajudando o sector a manter os níveis de investimento do ano passado, um dos objetivos para 2025 no atual ambiente adverso.

Por outro lado, e apesar do impacto positivo do lado do emprego, José Couto lembra as perdas do último ano. A expectativa passa, portanto, por “recompensar os [postos] que foram destruídos em 2024”, embora o cálculo não seja linear. “Muitos destes investimentos são mais intensos em tecnologia”, relembra o presidente da AFIA.

Já o sector farmacêutico representa 11% do montante anunciado através dos projetos na Bial, Glint e Medinfar, sublinhando a sua importância no futuro da economia portuguesa.

Ao JE, a associação que representa o sector, a Apifarma – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, destaca o reconhecimento que este montante espelha.

“É com satisfação que a APIFARMA vê reconhecida a Indústria Farmacêutica como um sector estratégico da economia portuguesa”, aproveitando para realçar “o aumento extraordinário das exportações de medicamentos produzidos em Portugal nos últimos anos, como um sinal evidente do valor que a indústria farmacêutica aporta à economia portuguesa”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.