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Sector é ‘case study’ pela positiva em Portugal

Associação da indústria do mobiliário e afins prevê aumentos de 33% e 25% nas vendas para França e Espanha, respetiviamente.
  • A Net Zero Table é uma espécie de ar condicionado na forma de mobiliário. Quando a temperatura de uma sala é superior a 21 graus, o material ceroso que está imprensado entre o alumínio corrugado suaviza e absorve o excesso de calor. Quando a temperatura da sala arrefece, o mesmo sistema liberta esse mesmo calor, mantendo a sala aquecida sem recorrer a electricidade.
14 Novembro 2021, 14h00

O cluster do mobiliário e afins tem vindo a desenhar uma trajetória de recuperação, ao longo do ano de 2021, após um desafiante ano de 2020, revela, ao Jornal Económico Gualter Morgado, diretor-executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA). Entre janeiro e agosto, as exportações destes setores cresceram 22%, face ao período homólogo do ano anterior. Em comparação com 2019, que foi o melhor ano de sempre da fileira em termos de exportações, com cerca de 1,9 mil milhões de euros gerados em vendas ao exterior, “os valores atuais estão apenas 3% abaixo, o que é representativo da célere retoma operada pelas empresas”, sublinha Gualter Morgado. Os dados atuais permitem encarar o futuro com otimismo, pois prevê “o aumento das vendas aos mercados tradicionais, como França (33% do total) e Espanha (26%)”, e o crescimento em novos mercados, com grande potencial para as empresas portuguesas, “como são os casos dos Estados Unidos da América ou do Médio Oriente”. O discurso de Vitor Poças, presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), está em sintonia com o de Gualter Morgado. Para o líder da AIMMP, este setor é um “case study” pela positiva em Portugal. “Cresceu 1000 milhões de euros em exportações apenas em nove anos, passando de 1,5 mil milhões para 2,6 mil milhões de euros (66,55%) em 2019. Há, portanto, a esperança que “os nossos empresários e trabalhadores continuem a lutar e a trabalhar para alcançar um valor de exportações de 2021 muito semelhante ao verificado em 2019, isto é, muito próximo de 2,6 mil milhões de euros”. Vitor Poças acredita que a Europa está a recuperar rapidamente e, “fundamentalmente através do contributo das nossas exportações para países fora da EU, pode ser possível alcançar esse valor”.

Os desafios
Para Gualter Morgado, diretor-Executivo da APIMA, o regresso das Feiras Internacionais é fundamental para esta fileira, “que necessita destes fóruns para a necessária exposição global, pois cerca de 90% do volume de negócios resulta de vendas para o exterior”. Vencido este obstáculo, que prejudicou as empresas nos últimos 18 meses, há um conjunto de outros desafios que estão a dificultar o crescimento das empresas nacionais. “A subida exponencial do custo das matérias-primas, bem como dos transportes internacionais, “está a esmagar as nossas empresas, que se veem obrigadas a aumentar o valor final do produto, sob pena de desperdiçarem as já magras margens de que dispõem”. Ainda segundo Gualter Morgado, “a escassez e exponencial aumento destes produtos essenciais para as indústrias do mobiliário e afins são um desafio enorme”, que exige uma resposta concertada a nível internacional, face à dependência da Europa do mercado asiático.
Já Vitor Poças, presidente da AIMMP, destaca que o setor tem vindo a responder positivamente às barreiras que permanentemente aparecem em Portugal. Ou porque se entrou em “pré-bancarrota” e “temos que gerir dificuldades e arcar com o aumento de impostos”, ou porque os custos de contexto continuam a subir permanentemente ou porque os custos da energia disparam para valores não comparáveis na Europa ou, então, porque os preços das matérias-primas alcançaram valores quase proibitivos.

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