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Segundo dia de protesto de estudantes em Díli termina com dança e recolha do lixo

Ao início da manhã, os jovens iniciaram a manifestação em frente à Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL) e junto ao parlamento sob um forte dispositivo policial, que condicionou os manifestantes e acabou por os empurrar para dentro do estabelecimento de ensino.
16 Setembro 2025, 09h46

O segundo dia de protesto de estudantes em Díli contra as regalias dos deputados timorenses terminou com dança e recolha de lixo, depois de uma intensa troca de gás lacrimogéneo e pedras entre manifestantes e polícia.

Ao início da manhã, os jovens iniciaram a manifestação em frente à Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL) e junto ao parlamento sob um forte dispositivo policial, que condicionou os manifestantes e acabou por os empurrar para dentro do estabelecimento de ensino.

Depois de negociações entre estudantes e as forças de segurança, a polícia permitiu a manifestação mais ao cimo da Avenida de Lisboa, onde fica situado o Parlamento Nacional, a UNTL e o Arquivo do Museu da Resistência.

Mas os ânimos exaltaram-se e rapidamente começou a ser disparado gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que responderam com o arremesso de pedras e pneus queimados nas estradas, tendo sido incendiada uma viatura do Estado.

Os distúrbios afetaram a zona do Palácio do Governo, do Banco Nacional Ultramarino, do Páteo, da Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL) e do Ministério da Justiça.

Ao início da tarde, após novas negociações entre manifestante e polícias, o dispositivo das forças de segurança foi reduzido e os jovens voltaram para a frente da UNTL e do Parlamento Nacional para terminar o segundo dia de protesto.

“Os 65 deputados que estão atualmente no Parlamento Nacional não representam o povo timorense, não discutem os interesses legítimos do povo. Os deputados aproveitam o cargo para atingir os seus direitos pessoais, de grupo e partidários, mas não se responsabilizam pelo sofrimento que o povo enfrenta”, disse à Lusa o estudante César João Batista.

Vicentino da Costa Lemos também criticou a atuação dos deputados “malandros”, salientando que os universitários estão a representar a voz do povo.

“Os deputados tomam decisões malandras e nós vamos lutar contra. A resistência dos universitários, firmeza sem reserva, a luta continua”, afirmou Vicentino da Costa Lemos.

Junto ao parlamento, os jovens gritaram palavras de ordem contra os deputados, mas também dançaram músicas tradicionais timorenses.

O protesto terminou de forma pacífica, com os estudantes a serem convocados para o último dia de manifestação, que se realiza na quarta-feira.

No fim, os jovens recolheram o lixo, incluindo os pneus queimados, deixados pelas várias ruas por onde passaram em confronto com a polícia.

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