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Seguradoras que não apostem em tecnologia podem tornar-se ineficientes e irrelevantes

No futuro, prevê a consultora Bain & Company, as seguradoras que não se modernizarem, inovarem e simplificarem continuamente os seus sistemas tecnológicos correm o risco de se tornarem não só ineficientes, como também irrelevantes. Por outro lado, “apenas entre 5% a 10% das empresas afirmam obter benefícios constantes dos seus investimentos em dados e tecnologia”.
4 Agosto 2024, 13h20

A aposta em tecnologia por parte do sector segurador não é apenas uma oportunidade para estas empresas mas pode tornar-se o único caminho para evitar que se tornem ineficientes e irrelevantes. No futuro, prevê a consultora, as seguradoras que não se modernizarem, inovarem e simplificarem continuamente os seus sistemas tecnológicos correm o risco de se tornarem não só ineficientes, como também irrelevantes.

A conclusão do novo relatório da Bain & Company (Insurers Can Parlay Technology into a Competitive Edge) aponta que as seguradoras que se destacam do ponto de vista tecnológico conseguem aumentar os seus prémios (podem obter 3% a mais em prémios), reduzir os rácios das duas despesas (5% a menos) e reforçar a fidelização dos seus clientes.

No entanto, estas mudanças tecnológicas neste sector específico podem não ter benefícios percecionados de forma imediata tendo em conta que este relatório aponta que “apenas entre 5% a 10% das empresas afirmam obter benefícios constantes dos seus investimentos em dados e tecnologia”.

O novo estudo Bain & Company aponta que “as companhias de seguros de danos patrimoniais que recolhem e analisam minuciosamente grandes volumes de dados, utilizam software mais moderno, têm uma forte presença na nuvem e gerem adequadamente as suas despesas em tecnologias de informação (TI) conseguem experimentar até 3 pontos percentuais (p.p.) adicionais no crescimento dos seus prémios, reduzir o rácio das suas despesas até 5 p.p. e aumentar o seu Net Promoter ScoreSM em 8 p.p. face aos seus concorrentes”.

“As seguradoras devem atualizar a sua tecnologia para gerir eficazmente a informação, aproveitar as novas oportunidades e enfrentar os riscos potenciais, como eventos climáticos extremos e ataques cibernéticos. Contudo, tendo em conta que apenas entre 5% e 10% das empresas afirmam obter benefícios constantes desses investimentos em dados e tecnologia, isso conduz, desde logo, ao desafio de ter ou desenvolver a infraestrutura certa para processar os novos tipos de dados e utilizar essa informação para tomar decisões eficazes”, aponta a Bain & Company.

Francisco Montenegro, sócio da Bain & Company, aponta um exemplo relativamente aquilo que pode ser a diferença que faz a aposta na tecnologia: “Os clientes podem, hoje, comunicar acidentes de viação acidente enviando para o efeito fotografias do mesmo. No entanto, estas imagens só serão úteis se a seguradora tiver um bom sistema de inteligência artificial capaz de processá-las e integrá-las eficazmente nos respetivos sistemas de processamento de sinistros e de atendimento ao cliente”.

Isto vai permitir às empresas oferecer serviços mais completos no que toca à prevenção e mitigação de riscos, além da tradicional indemnização por danos. Para o conseguir, acrescenta a consultora estratégica, as empresas devem adotar novas plataformas e software, bem como uma infraestrutura flexível capaz de gerir diversos tipos de dados e de se adaptar à estratégia de mercado e à apetência pelo risco, conforme necessário.

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