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Sem orçamento e sem governo, Espanha está à espera da marcação de eleições

Os independentistas catalães, cujos líderes estão a ser julgados ali ao lado, mostraram-se irredutíveis e não deixaram passar o Orçamento para 2019. Enquanto Bruxelas começa a soar, o país está oficialmente sem governo. As eleições antecipadas podem ocorrer em 28 de abril.
13 Fevereiro 2019, 12h20

A sempre muito difícil vida do executivo espanhol liderado pelo socialista Pedro Sánchez chegou ao fim: o orçamento para 2019 não passou no Parlamento – depois de os separatistas catalães (ERC e PDeCAT) terem recusado o seu apoio – e já nada mais resta senão a marcação de eleições antecipadas, depois de o chefe do governo, o socialista Pedro Sánchez, ter apresentado a sua demissão.

O último esforço de juntar os catalães ao Podemos, Partido Nacionalista Basco (PNV) e PSOE não resultaram e – enquanto alguns líderes da ERC e do PDeCAT são julgados ali ao lado, a crise estendeu-se ainda mais sobre o executivo: a maioria que tornou possível a moção de censura construtiva contra Mariano Rajoy, do PP, já não existe e o governo passou a ser uma impossibilidade.

A partir de agora, o primeiro-ministro pode convocar eleições a qualquer momento, talvez nas próximas horas, especula a comunicação social do país. O próprio chefe do executivo, Pedro Sánches, reiterou que, sem orçamentos, “a legislatura é encurtada”. O dia 28 de abril parece ser a data mais previsível – num quadro em que essa possibilidade surgiu ainda antes da votação do Orçamento no Parlamento.

O debate apaixonado de terça-feira passada no Congresso deu lugar esta quarta-feira a uma operação mais silenciosa para convencer os separatistas a não misturarem Orçamento com reivindicação da autodeterminação. Mas nada disso foi possível.

Os líderes do PP, Pablo Casado, e do Ciudadanos, Albert Rivera, estão à espera que as eleições sejam marcadas a qualquer momento – depois de os dois partidos de oposição de direita terem afirmado há várias semanas essa necessidade.

Desde o início da negociação do Orçamento que os independentistas estavam apostados nesta linha estratégica: as contas nacionais só seriam aprovadas se as suas esperanças tivessem algum fundamento. Sànchez tentou escapar a essa tenaz, mas, desgraçadamente, o começo do julgamento dos independentistas presos que lideraram o processo de organização do referendo sobre a independência da Catalunha em 2017 deitou tudo a perder.

Com alguns dos principais líderes do movimento separatistas a sentarem-se no banco dos réus desde esta segunda-feira, não havia quaisquer condições políticas para os partidos que lideraram o referendo passarem mais um cheque em branco a Pedro Sánchez.

Surge agora no horizonte dos partidos a incógnita sobre o que poderá suceder nas eleições antecipadas – de que o chefe do governo andou a fugir ao longos dos últimos meses.

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