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“Sem uma reforma do Estado, o Governo está a baixar impostos e amanhã poderá ter de subir outros”

Economista defende importância de aumentos remuneratórios em vários sectores da função pública, mas alerta que são despesa permanente, o que reforça a urgência de uma reforma profunda do Estado para, em conjunto com as reformas na área económica, se alcançar uma redução sustentável da dívida. Defende uma maior aposta na reindustrilização do país e considera que o corte do IRC “é crucial” para elevar o investimento. Sobre o OE2025 diz que a iniciativa de diálogo tem de ser do governo.
30 Agosto 2024, 19h00

Qual o balanço que faz dos primeiros 100 dias do governo?
O balanço é positivo, pois o governo AD, embora com uma frágil maioria parlamentar, demonstrou capacidade para cumprir várias promessas eleitorais relevantes em poucos meses – ao contrário do anterior governo de maioria absoluta do PS, envolvido em sucessivos casos –, mas há espaço para melhoria, nomeadamente nos pacotes económico, jovem e anticorrupção.

Todas as atenções estão agora centradas em outubro, mês em que o governo viverá o primeiro teste de fogo ao entregar o OE2025. Quem deve garantir as condições para a sua aprovação, o Governo ou o PS?
A iniciativa de diálogo tem de ser do governo, que apresenta a proposta de orçamento, mas a responsabilidade pela aprovação do orçamento é repartida com toda a oposição, não apenas com o PS, embora se perceba que seja a primeira escolha para negociar, por ser o principal partido da oposição.

Como vê aqui o facto de algumas medidas que o PS apontou como linhas vermelhas, como a redução do IRC e o IRS Jovem, ficarem fora do Orçamento?
Inicialmente, considerei negativa essa decisão, por poder inviabilizar a discussão e a procura de consensos entre AD e PS nessas medidas – que considero estruturantes para o futuro do país, exigindo continuidade no tempo para serem efetivas na retenção e atração de investimento e de capital humano –, mas os sinais mais recentes são positivos, com o governo AD e o PS abertos a negociar.

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