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“Ser uma agência completa é como ser a montra de uma loja”, defende CEO Global da LLYC

“Os próprios locais são mais exigentes, e este é um negócio que exige flexibilidade, adaptação, mudança permanente”, admite Alejandro Romero, CEO Global da agência LLYC.
LLYC
17 Fevereiro 2025, 08h10

Já se fizeram dois anos desde que assumiu as funções de CEO global na LLYC. Como tem sido a experiência?

Muito difícil, muito complicado [risos]

Está a ser uma grande responsabilidade, logicamente, mas também está a ser muito interessante. Ainda assim, independentemente de eu ter estas funções, temos uma Comissão Executiva que atua como órgão decisor. Na LLYC acreditamos muito no consenso e em concordarmos sobre quais os passos a tomar.

O meu papel como CEO é que todos estejam de acordo. Parece fácil, mas é muito complicado. Isto foi algo que aprendemos que o José António Llorente, o nosso fundador, que procurava consenso e trabalho de equipa. Pode levar um bocado de tempo a chegarem todos a acordo, mas depois é mais eficiente e todos vão defendê-la e colocá-la em marcha.

Mas após dois anos, o grande desafio está a ser mudar o perfil da nossa organização. Éramos uma empresa hispânica, portuguesa e brasileira e agora somos uma companhia do mundo, isto depois da aquisição da Lambert nos Estados Unidos. Temos uma divisão de negócio de 33% nos Estados Unidos, 33% na Europa e 33% na América Latina.

Outro desafio que temos enquanto organização, e eu como CEO, é fazer com que estas 3 engrenagens funcionem, isto de um ponto de vista geográfico. O terceiro desafio é que agora somos uma empresa de temas corporativos e de soluções de marketing, ou seja, temos linhas de negócio muito evidenciadas, mas que têm de se integrar.

Basicamente, e como já foi falado com a Marlene, são uma full communication store.

Ser uma full communication store é como ser a montra de uma loja. Acredito que o nosso possa ser mais interessante, porque vamos atrás de entender o desafio do cliente. Já não é importante ser tudo isso porque já é algo que temos de ter, é algo obrigatório no mercado.

É importante entender o desafio do cliente para integrar a oferta adequada.

No início a LLYC não passava de uma empresa de Relações Públicas. Hoje somos uma empresa corporativa de soluções de marketing. O cliente não quer saber como se faz, o cliente quer soluções para as diversas plataformas atuais. E estas soluções têm de ser rápidas, porque o mundo de hoje está focado na performance.

Os últimos dois anos têm sido de transformação brutal, a nível de oferta e também das necessidades dos clientes.

A entrada da IA no mundo dos negócios tem ajudado ou prejudicado a LLYC?

Ajudou e mudou o negócio. No nosso caso específico, temos 80 engenheiros na empresa, o que antes era impensável.

No ano passado investimos 1,2 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento de Inovação. Este ano queremos investir três milhões em inovação.

A análise de dados não seria possível de acontecer sem a IA, porque não iriamos conseguir processar milhares de mensagens que recebemos e filtrar por territórios, comunidades e temas. Temos conversas longas com marcas e com nós próprios e o nosso trabalho é muito operativo, e a IA veio ajudar a acelerar esses processos para conseguirmos equipas mais sofisticadas e exigentes a trabalhar com valor acrescido. Somos mais eficazes e produtivos também e, portanto, a IA é a chave para o futuro da LLYC.

Já foi CEO das Américas e agora global. Quais as principais diferenças?

Na América Latina, um argentino, um peruano e um mexicano são consumidores totalmente distintos. O mesmo acontece na Península Ibérica e mesmo em Portugal. O consumidor de Lisboa é o mesmo do Porto? Não.

Digo-te que aqui não é a questão das Américas, Europa ou Estados Unidos. Os próprios locais são mais exigentes, e este é um negócio que exige flexibilidade, adaptação, mudança permanente.

A LLYC é agora uma companhia que comunica em inglês. Isso era impensável há dois anos, mas temos uma operação muito forte nos Estados Unidos e precisamos de nos adaptar ao mundo anglo-saxónico, que domina os negócios.

Como é que uma multinacional consegue manter a sua identidade numa altura de internacionalização?

Sendo uma cultura de alta performance, no sentido de termos uma forma de trabalhar muito definida e que se baseia em processos, metodologias e pessoas.

Acredito que temos boas pessoas. Quando nos sentamos à mesa com pessoas boas e inteligentes, somos melhores. Eu, por exemplo, sou melhor quando tenho alguém ao meu lado e aprendo com ela.

O vosso fundador deixou um vazio na empresa…

Sim, é verdade. Mas também é verdade que não substituímos o José António com outro José António, mas sim com 26 partners. Vamos repartindo o vazio que foi deixado.

Além do vazio, José António deixou-nos muitos ensinamentos e um grande legado de proteger, cuidar e continuar a crescer. Ou seja, o principal legado do José António era crescer para que as carreiras profissionais dos nossos colaboradores continuem o seu caminho e apostem nos seus sonhos.

Que ambições têm para crescer em Portugal no próximo ano?

Queremos continuar com a estratégia de nos consolidarmos como a organização número um deste sector em Portugal. Aqui seguimos a mesma estratégia que no resto das operações, apostando num misto de crescimento orgânico, que é o mais importante, e o inorgânico.

Mas também estamos atentos e vamos observando o mercado a qualquer oportunidade que nos permita crescer, adicionar oferta, ter uma caixa saudável e dívida baixa. Estamos interessados no mercado português, sem qualquer dúvida.

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