[weglot_switcher]

Sérgio Sousa Pinto: “Este esquerdismo todo dos últimos anos é apenas conjuntural”

Pronto a tomar posições que diz serem “de estrita fidelidade ao PS e ao pensamento de Mário Soares”, Sérgio Sousa Pinto recusa, no seu livro “A República à Deriva”, o “modelo de socialismo de miséria”.
27 Novembro 2020, 13h00

Crítico da geringonça, Sérgio Sousa Pinto tem sido uma das vozes mais independentes no grupo parlamentar do PS. Muitos dos seus textos foram agora integrados no livro “A República à Deriva”, editado pela Gradiva, no qual mostra não ser “propriamente um dos mais espantosos representantes do otimismo português”.

Em entrevista ao “Jornal Económico”, o deputado socialista Miguel Costa Matos disse que seria preciso explicar quais foram os atentados do PCP à democracia desde o 25 de abril. O discurso de Mário Soares na Fonte Luminosa e o debate televisivo com Álvaro Cunhal deviam ser mais estudados no PS?
Isso é como dizer que a aritmética simples devia ser mais estudada ou a tabuada mais empinada. A História é a História e há aqueles que a conhecem, aqueles que não a conhecem e os aldrabões que lhe dão a volta e a viram do avesso. O Miguel é um rapaz bem intencionado, pelo que não é esse o caso. Seguramente que tem consciência de que a democracia em Portugal, aquela que lhe permite estar hoje sentado na Assembleia da República, investido num mandato que lhe foi conferido pelo povo, só foi possível porque houve o 25 de novembro e o PCP deixou de ter condições políticas e militares para sabotar a realização das primeiras eleições para a Assembleia da República, como já tinha tentado sabotar as para a Constituinte. Isso é um facto histórico. Mas a seguir ao 25 de novembro o PCP participou lealmente no jogo democrático.

Diria que os eleitores do PS estão mais ao centro do que os militantes e os militantes mais ao centro do que os dirigentes?
Não. Este esquerdismo todo dos últimos anos é apenas instrumental. Serve para justificar a única opção política que estava disponível. Era o frentismo de esquerda e por isso o temos. O entendimento que foi construído serviu uma solução e mais nada. Tudo o resto é fanfarronada e fogo de artifício.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.