A presidente do Banco Português de Fomento (BPF) aponta a uma emissão em mercado até ao final de 2024 como um objetivo da instituição, classificando tal como “fantástico” caso se concretize, embora antevendo um percurso complicado. Celeste Hagatong admitiu dificuldades no estabelecimento e afirmação do BPF, mas lembra o papel máximo que o organismo deve ter, sublinhando os muitos desafios.
O painel ‘Portugal 2024’ da conferência de sétimo aniversário do Jornal Económico (JE), realizada esta quarta-feira na NOVA SBE, serviu para a presidente do BPF relembrar os inúmeros desafios que têm envolvido a criação e afirmação do banco, a começar pelo período pandémico. Ainda assim, e dadas as dificuldades em que as empresas nacionais se viram envolvidas, acabou por ser uma “tarefa mesmo necessária” e que serviu de primeira prova à instituição.
Terminada a fase mais penalizadora da pandemia, o BPF procura agora estabelecer os “alicerces de uma instituição financeira de acordo com os regulamentos do Banco de Portugal”, dado que o banco “não foi constituído a partir de nenhuma instituição financeira verdadeira”. Um dos primeiros passos é o recrutamento de pessoas, onde Celeste Hagatong vê uma prova do potencial do banco.
“Temos já programa de recrutamento para cerca de 40 pessoas. […] Dos 40 concursos que lançámos para entrada de pessoas no banco, tivemos cerca de 150 candidaturas muito boas”, o que mostra como “as pessoas estão a acreditar que o projeto pode ir para a frente”, defendeu.
No entanto, os próximos anos serão um desafio. O objetivo máximo será, até ao final do ano, “ter a possibilidade de fazer emissões em mercado”, algo que a presidente do BPF veria como “algo fantástico”. Ao mesmo tempo, os fundos europeus continuam no topo das prioridades, apesar de Celeste Hagatong elogiar a trajetória que levou a 75% do montante já contratualizado.
“Com todas a verbas que há e os múltiplos programas… há muita coisa, mas às vezes não são muito bem aproveitadas. Chegar às midcaps é mais fácil, às PME é mais difícil”, expõe. Como tal, movimentos de consolidação serão fundamentais, tal como mais casos de sucesso, de forma a ganhar escala e reforçar produtividade e salários.
“A dimensão é fulcral. Devíamos ter a ambição de, em cinco ou dez anos, duplicarmos o número de empresas com faturação acima de 100 milhões de euros”, resume.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com