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Sete concelhos com elevado risco não avançam no desconfinamento e quatro recuam

O plano de desconfinamento vai avançar conforme previsto, mas há sete concelhos que não vão avançar já para a terceira fase, com a reabertura dos cafés, restaurantes, lojas e centros comerciais. Outros quatro concelhos passam a ter regras mais apertadas, devido à elevada incidência de casos de Covid-19.
António Cotrim / Lusa
15 Abril 2021, 19h02

O Governo anunciou esta quinta-feira que sete concelhos acima do limiar de risco não avançam já para a terceira fase do desconfinamento e outros quatro recuam. O primeiro-ministro, António Costa, apelou ainda aos autarcas de outros treze concelhos que estão já “na zona de risco” para que façam um esforço para que não sejam também alvo de um “travão” no plano de desconfinamento, que avança para no resto do país.

“A generalidade do país irá avançar para a terceira fase de desconfinamento na próxima segunda-feira. Há treze concelhos a quem peço particular atenção porque estão já na zona de risco e têm de sair dessa zona de risco nos próximos quinze dias. Sete concelhos ficam a marcar passo na atual fase do desconfinamento e quatro que, infelizmente, terão de recuam para a fase anterior”, referiu, após a reunião do Conselho de Ministros.

Alandroal, Albufeira, Beja, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Peneda são os sete concelhos que não vão avançar já para a terceira fase de desconfinamento, devendo manter-se as regras de desconfinamento atuais. Isto porque há 15 dias estavam com mais de 120 casos de Covid-19 por habitante e a situação manteve-se.

No início de abril, o primeiro-ministro já tinha pedido aos autarcas dos concelhos maior número de casos de Covid-19 por habitante para fazerem um esforço adicional para não terem um “travão” no desconfinamento. “Devemos ter em conta que se em duas avaliações sucessivas os mesmos concelhos estiverem acima do limiar de risco, não devem avançar as medidas de desconfinamento”, afirmou, na altura António Costa.

Mas há quatro concelhos onde a situação está ainda mais complicada: Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior. Devido ao aumento de casos, António Costa explicou que “não basta não passar para a fase seguinte”. “É necessário que recuem para as regras que vigoravam antes da segunda fase do desconfinamento”, disse, voltando assim à venda ao postigo. Apenas as creches e as escolas até ao 1.º ciclo, cabeleireiros e livrarias poderão estar abertos, tal como na primeira fase.

Alzejur, Almeirim, Barrancos, Mêda, Miranda do Corvo, Miranda do Douro, Olhão, Paredes, Penalva do Castelo, Resende, Valongo, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Famalicão, que estão também na zona de risco, desconfinam mas com algum aviso: “Estando pela primeira vez  com uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes, têm de ter particular atenção sobre a forma como controlam a pandemia no seu território durante os próximos 15 dias”, disse António Costa.

Já os concelhos de Borba, Cinfães, Figueiró dos Vinhos, Lagoa, Ribeira de Pena, Soure, Vila do Bispo e Vimioso registaram uma evolução positiva e podem avançar para a terceira fase do desconfinamento. “Há 15 dias estavam em situação de risco, agora estão já abaixo dos 120 casos e, por isso, podem entrar na próxima etapa de desconfinamento”, referiu António Costa.

A Direção Geral da Saúde (DGS) indica que há, ao todo, 29 concelhos que registaram, nos últimos 14 dias, mais de 120 casos por 100 mil habitantes, o que significam que estão na zona laranja da “bússola” do desconfinamento. Desses concelhos, 22 localizam-se em Portugal continental e os outros sete nas regiões autónomas. O Alandroal, no Alentejo, é o caso mais preocupante, com 581 casos por 100 mil habitantes.

Na segunda-feira, no resto do país, reabrem os restaurantes, cafés e pastelarias, ainda que com limite máximo de quatro pessoas ou seis em esplanadas e um limite de horário (até às 22h00 ou 13h00 ao fim de semana e feriados). As lojas e centros comerciais voltam também a funcionar, tal como os cinemas, teatros e lojas de cidadão com atendimento presencial por marcação. Os alunos do ensino secundário e superior retomam as aulas presenciais e começam a ser novamente permitidos eventos exteriores e casamentos e batizados com 25% de lotação.

O boletim epidemiológico revelado esta quinta-feira pela DGS indica que, nas últimas 24 horas, foram registados mais duas mortes relacionadas com a Covid-19 e 501 novos casos de infeção, sendo este o terceiro dia do ano com menos mortes devido à pandemia. Foi registada também uma nova diminuição no número de internados: 423 em enfermaria, menos 24, e 109 nos cuidados intensivos, menos sete.

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