[weglot_switcher]

Setor da música contribui com 82 mil milhões anuais para economia da União Europeia

“Cada euro diretamente gerado ou investido pela indústria da música em 2018 significou um retorno de 1,8 euros para o PIB, em outras áreas da cadeia de valor do setor da música”, refere o estudo realizado pela Oxford Economics.
17 Novembro 2020, 20h35

O setor da música contava, em 2018, com dois milhões de trabalhadores e contribuía com quase 82 mil milhões de euros para a economia do espaço da União Europeia (UE), segundo um estudo divulgado esta terça-feira.

O estudo sobre o impacto económico da música na Europa foi feito pela Oxford Economics, encomendado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), e reporta a dados de 2018, incluindo toda a cadeia do setor, como estúdios de gravação, editoras, serviços de música, ensino, salas de espetáculos, intérpretes, compositores e agenciamento.

Segundo o estudo, o setor da música de todos os estados-membros da UE (incluindo ainda o Reino Unido) contribuiu com 31 mil milhões de euros em impostos e gerou 9,7 mil milhões de euros em receitas de exportação.

“Cada euro diretamente gerado ou investido pela indústria da música em 2018 significou um retorno de 1,8 euros para o Produtor Interno Bruto (PIB), em outras áreas da cadeia de valor do setor da música”, refere o estudo.

No espaço da União Europeia existem 7.400 editoras discográficas, das quais 1.670 se localizam no Reino Unido, 910 na Alemanha, 800 em França, 770 em Espanha e 110 em Portugal.

Para se perceber a importância do contributo anual do setor da música – 81,9 mil milhões de euros -, para a economia na UE, o estudo explica aquele valor é superior ao PIB de nove Estados-membros (Luxemburgo, Bulgária, Croácia, Eslovénia, Lituânia, Letónia, Estónia, Chipre e Malta).

Quanto aos dois milhões de trabalhadores estimados, o número significa que um em cada 119 trabalhadores na União Europeia depende do setor da música, seja a tempo inteiro, a tempo parcial, trabalhando por conta própria ou para terceiros.

O estudo indica ainda que a riqueza produzida pela atividade económica ligada à música (o valor acrescentado bruto) foi de 37,5 mil milhões de euros, o que significa que foi 1,5 vezes superior ao contributo dos setores do vinho e da produção de cerveja para o PIB da UE em 2018.

A IFPI sublinha a importância deste estudo, perante a escassez de dados estatísticos sobre o setor da música e de outras indústrias criativas, sobretudo para futuras tomadas de posição tanto ao nível de responsáveis da indústria como dos decisores políticos.

“Para que o contributo do setor da música seja sustentável a longo prazo, é preciso que haja um retorno justo para todos os que contribuem e investem em música. E para que isto aconteça, o setor precisa de legislação justa e políticas enquadradas na Europa”, afirmou a diretora executiva da IFPI, Frances Moore.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.