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Shein e Temu enfrentam tarifas de Trump mas ainda “têm capacidade para competir com os rivais”

As encomendas inferiores a 800 dólares estavam isentas de impostos graças à regra conhecida como de minimis, mas esse benefício acabou eliminado com a entrada em vigor do novo pacote de tarifas.
Temu
6 Maio 2025, 09h04

O Governo dos Estados Unidos eliminou a isenção de direitos aduaneiros sobre pequenas encomendas da China, como as enviadas pelos gigantes do comércio eletrónico Shein e Temu. A decisão vem no seguimento de uma ordem executiva assinada pelo Presidente norte-americano Donald Trump, em 2 de abril, que põe fim à isenção para encomendas no valor máximo de 800 dólares (regra conhecida como de minimis). Assim, a Temu e a Shein passaram a estar sujeitas a tarifas de até 120% ou uma taxa fixa de 100 dólares, que deve subir para 200 dólares em junho.

Ambas as empresas anunciaram oficialmente aos seus clientes que os ajustes de preços entraram em vigor a 25 de abril, justificando a decisão com o aumento dos custos operacionais. “Estamos a fazer tudo o que podemos para manter os preços baixos e minimizar o impacto para os clientes”, garantiu uma das plataformas num e-mail enviado ao mercado norte-americano. Segundo dados da Bloomberg, os 100 produtos mais vendidos na categoria de beleza e saúde da Shein sofreram, em média, um aumento de 51%. Já nas categorias de casa, cozinha e brinquedos, os acréscimos rondaram os 30%.

A imposição de tarifas foi bem recebida pelos críticos, incluindo parlamentares dos EUA, sindicatos e retalhistas, que argumentam que a Temu e a Shein abusaram da isenção para prejudicar negócios locais e inundar o país com produtos ilícitos e falsificados. Apesar dos novos desafios comerciais enfrentados por estas empresas, especialistas em e-commerce disseram à CNBC que a Temu e a Shein ainda têm capacidade de competir com os rivais norte-americanos. “Não as descartem… de forma alguma. Estas aplicações de e-commerce chinesas são muito ágeis e adaptáveis. Eles têm planos de contingência e já tomaram as medidas necessárias para cobrir as tarifas do ponto de vista da margem de lucro”, disse Deborah Weinswig, CEO e fundadora da Coresight Research, à CNBC.

Scott Miller, CEO da consultora de e-commerce pdPlus, disse à CNBC que a Shein e a Temu continuarão a incluir produtos de vendedores americanos para se protegerem das tarifas. “Muitos dos vendedores atuais na Temu e na Shein estão localizados na China ou em países próximos, mas não todos. Empresas americanas têm aderido a essas plataformas em ritmo crescente… vários clientes nossos aderiram ou iniciaram o processo de adesão nos últimos meses”, afirmou o consultor.

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